Ex-policial que matou George Floyd é sentenciado a 22 anos e meio de prisão
Juiz afirmou que pena não se baseou "na opinião pública", mas na lei e nos fatos específicos do caso
O ex-policial Derek Chauvin foi condenado nesta sexta-feira (25) a 22 anos e meio de prisão pelo assassinato do afro-americano George Floyd, um homicídio que provocou as maiores manifestações por justiça racial nos Estados Unidos em décadas.
"A sentença não se baseia na emoção ou na simpatia", disse o juiz Peter Cahill, ao proferir a sentença em um tribunal de Minneapolis depois que os promotores pediram uma pena de 30 anos. Ele acrescentou, em um breve discurso, que tampouco se baseava "na opinião pública", mas na lei e nos fatos específicos do caso.
No dia 2 de junho, Derek Chauvin pediu ao tribunal uma sentença leve, alegando que cometeu "um erro honesto". Em documentos enviados antes da audiência desta sexta, o agente de 45 anos sugeriu uma pena de prisão reduzida ao tempo já cumprido, com período de liberdade condicional.
"Em alternativa, o Sr. Chauvin pede respeitosamente que o tribunal conceda-lhe circunstâncias atenuantes" e mantenha uma sentença abaixo do padrão de Minnesota de cerca de 12 anos de prisão, escreveu o seu advogado Eric Nelson.
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"A sua condenação por atos cometidos no exercício das suas funções como policial aumenta consideravelmente o risco de se tornar alvo na cadeia", afirmou o advogado, referindo a falta de registo criminal do seu cliente e o seu "respeito pelo processo judicial apesar do estigma".
Quanto ao crime em si, afirma que Derek Chauvin "não sabia que o havia cometido: em sua mente, ele estava cumprindo sua missão e ajudando outros policiais a prender George Floyd", em cujo pescoço se ajoelhou por quase dez minutos no dia 25 de maio de 2020, indiferente as suas reclamações.
"O crime do Sr. Chauvin foi mais um erro cometido de boa fé com base em sua experiência como policial e seu treinamento do que um ato ilícito intencional", argumentou Nelson.
A morte de George Floyd, que foi filmada e compartilhada na Internet, gerou protestos massivos em todo o mundo contra o racismo e a violência policial.
Após várias semanas de um julgamento acompanhado de perto, em 20 de abril o policial foi considerado culpado de assassinato e imediatamente preso.