CONFLITO

Ofensiva diplomática continua, mas Estados Unidos temem invasão iminente da Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, volta a conversar por telefone neste sábado (12) com seus homólogos americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, no momento em que Washington teme uma ofensiva iminente contra a Ucrânia

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AFP

Publicado em 12/02/2022 às 11:25 | Atualizado em 12/02/2022 às 12:21
Inteligência dos Estados Unidos acredita que Vladimir Putin está isolado como nunca antes - ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, volta a conversar por telefone neste sábado (12) com seus homólogos americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, no momento em que Washington teme uma ofensiva iminente contra a Ucrânia.

O fantasma de uma guerra está fazendo muitos países ocidentais aconselharem seus cidadãos a deixarem a Ucrânia. Neste sábado, a Rússia também aumentou a preocupação internacional, ao admitir que está reduzindo seu pessoal diplomático em Kiev, devido a "provocações" da Ucrânia e de países ocidentais.

Em meio a este alerta generalizado, a diplomacia se intensifica neste fim de semana. Biden conversa hoje com Putin, depois de uma reunião de seus respectivos chefes do Estado-Maior conjunto na sexta-feira. Também está previsto um telefonema entre Putin e Macron.

Em paralelo, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, conversa neste sábado com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Se a Rússia estiver realmente interessada em resolver esta crise por meio da diplomacia e do diálogo, nós estamos prontos também", declarou Blinken.

"Mas tudo isto em um contexto de desescalada e, por enquanto, vimos apenas o contrário por parte de Moscou", frisou, insistindo em que este é um momento "chave".

"Estamos preparados para tudo", garantiu.

Blinken reiterou que os Estados Unidos e seus aliados vão impor sanções, "rapidamente", contra a Rússia, se ela invadir a Ucrânia, algo que, segundo o secretário, pode acontecer "a qualquer momento".

"Não sabemos se o presidente (Vladimir) Putin tomou essa decisão (...) o que sabemos é que ele se preparou para agir em um prazo muito curto", completou

Na sexta-feira, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que a ofensiva é uma "possibilidade muito, muito real", mas a Inteligência americana não sabe se o presidente russo "tomou uma decisão final", ou não.

As autoridades americanas não descartam que a Rússia tome essa decisão mesmo durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam em 20 de fevereiro.

Manter a calma

"Neste momento, é extremamente importante manter a calma, se consolidar fora do país, evitar atos que desestabilizem a situação e semeiam o pânico", declarou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia em um comunicado divulgado neste sábado.

"As Forças Armadas ucranianas monitoram a situação e estão prontas para responder a qualquer agressão do território ucraniano", acrescentou.

As autoridades ucranianas disseram ainda que estão "em contato 24 horas por dia com todos os sócios-chave" e recebem rapidamente informações sobre a situação.

"Continuamos trabalhando para reduzir a tensão e contar com o apoio dos nossos sócios internacionais para manter a Rússia dentro do marco diplomático", acrescentou o Ministério ucraniano.

De Moscou, a porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Maria Zakharova, criticou a "histeria" em Washington.

"A histeria da Casa Branca é mais reveladora do que nunca. Os anglo-saxões precisam de uma guerra. A qualquer custo. As provocações, a desinformação e as ameaças são o método preferido para resolver seus próprios problemas", afirmou a porta-voz no aplicativo de mensagens Telegram.

Neste sábado, a Rússia começou novas manobras navais no mar Negro para "defender a costa marítima da península da Crimeia", anexada em 2014, de potenciais ameaças.

"Mais de 30 navios da Frota do Mar Negro partiram de Sebastopol e de Novorossiisk, seguindo o plano do exercício", relatou o Ministério da Defesa.

Nos últimos dias, a Rússia também está fazendo manobras em Belarus, nas fronteiras da União Europeia e da Ucrânia. Para os países ocidentais, todos esses exercícios são particularmente preocupantes porque cercam o território da Ucrânia militarmente.

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