Delegações da Rússia e da Ucrânia se encontraram na fronteira ucraniana com Belarus nesta segunda-feira (28) em meio a grandes esperanças, mas baixas expectativas de qualquer avanço diplomático. Na primeira conversa presencial desde a ofensiva bélica de Moscou, na última quinta-feira, os enviados se reuniram em uma longa mesa com a bandeira azul e amarela da Ucrânia de um lado e a tricolor da Rússia do outro.
O gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que exigiria um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas. Mas enquanto a Ucrânia enviou seu ministro da Defesa e outros altos funcionários para a reunião, a delegação russa foi liderada pelo conselheiro de Putin para a Cultura - um enviado improvável para o fim da guerra e um sinal de como Moscou vê as negociações.
Não ficou imediatamente claro o que Putin está buscando nas negociações, ou da própria guerra, embora autoridades ocidentais acreditem que ele queira derrubar o governo da Ucrânia e substituí-lo por um regime próprio, revivendo a influência de Moscou na era da Guerra Fria.
No entanto, o líder russo cada vez mais errático, fez uma ligação clara entre sanções cada vez mais rígidas e sua decisão no domingo de aumentar a postura nuclear da Rússia.
Ele também apontou "declarações agressivas" da Otan, uma referência à sua posição de longa data de que a aliança liderada pelos Estados Unidos é uma ameaça existencial à Rússia.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Defesa disse que pessoal extra foi enviado às forças nucleares russas e que o status de alerta máximo se aplica a todos os seus componentes: as forças que supervisionam mísseis balísticos intercontinentais baseados em terra, mísseis balísticos intercontinentais lançados por submarinos e a frota de bombardeiros estratégicos com capacidade nuclear.
Não ficou imediatamente claro se o anúncio do Kremlin significa que alguma aeronave com armas nucleares já pode estar no ar ao redor da Ucrânia. Mas o movimento é uma clara escalada nas tensões.