NORUEGA

Mortos, desfile lgbtqia+ cancelado, investigação. Veja o que se sabe sobre o ataque à casa noturna em Oslo

A polícia norueguesa abriu neste sábado (25) uma investigação por um "ato terrorista" após o crime

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Katarina Moraes

Publicado em 25/06/2022 às 10:01 | Atualizado em 25/06/2022 às 11:59
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Com informações da AFP

Um ataque no London Pub, um bar gay popular em Oslo, capital da Noruega, deixou dois mortos na madrugada deste sábado (25) pelo horário local (noite de sexta-feira, 24, no horário de Brasília). Ainda, 21 ficaram feridos, sendo dez em estado grave, mas fora de perigo de vida, segundo a polícia.

A polícia norueguesa abriu neste sábado (25) uma investigação por um "ato terrorista" após o crime, e recomendou o cancelamento da marcha do orgulho LGBTQIA+, marcada para esta tarde, que foi acatado pelos organizadores.

O suposto autor do tiroteio é um norueguês de 42 anos de origem iraniana, conhecido dos serviços de inteligência internos, também encarregados do antiterrorismo. A corporação também acredita que se tratou de um crime de ódio contra a comunidade LGBTQIA+.

"Ele é suspeito de homicídio, tentativa de homicídio e ato terrorista", disse o responsável da polícia Christian Hatlo, em entrevista coletiva. A acusação foi pautada "pelo número de feridos e mortos, pelo número de cenas de crime - pelo menos três - e [...] [porque] há boas razões para acreditar que ele teve a intenção de semear o terror", acrescentou.

Até o momento, a polícia considera que o autor dos disparos agiu sozinho, embora ainda seja necessário apurar se teve ajuda para preparar o ataque. A polícia enviou reforços à capital para enfrentar possíveis incidentes.

O homem foi preso no sábado às 01h19 (20h19 de sexta, no horário de Brasília), cinco minutos após as primeiras ligações para a polícia. O suspeito teve desentendimentos com a polícia por delitos menores, como portar uma faca ou posse de drogas, explicou a fonte. 

Duas armas foram apreendidas no local: uma arma automática e um revólver, que Hatlo descreveu como "antigas". Uma testemunha entrevistada pelo jornal Verdens Gang (VG) descreveu uma "cena de guerra". "Havia muitas pessoas feridas no chão que tinham ferimentos na cabeça", relatou.

Um jornalista da emissora pública NRK explicou que o agressor chegou com uma bolsa da qual tirou a arma com a qual disparou.

Como demonstração de solidariedade, bandeiras de arco-íris e buquês de flores foram colocados perto do local do ataque, que foi isolado, observaram os jornalistas da AFP. "Hoje nos lembra que o Orgulho é um dia pelo qual devemos lutar, que ainda não alcançamos o objetivo", disse Trond Petter Aunås perto do local dos fatos.

O rei Harald se declarou "horrorizado" em um comunicado oficial. "Devemos nos unir para defender nossos valores: liberdade, diversidade e respeito", disse ele. O governo planeja uma coletiva de imprensa à tarde.

"O tiroteio do lado de fora do London Pub em Oslo esta noite é um ataque horrível e profundamente chocante a inocentes", publicou o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre no Facebook. "Ainda não sabemos os motivos desse ato terrível, mas aos homossexuais que agora estão com medo e de luto, quero dizer que estamos todos juntos com vocês", acrescentou.

Ataque em 2011 deixou 77 mortos

Geralmente pacífica, a Noruega experimentou um dia sombrio em 22 de julho de 2011, quando o extremista de direita Anders Behring Breivik matou 77 pessoas em um ataque com bomba na sede do governo em Oslo e um tiroteio em uma reunião de jovens do Partido Trabalhista na Ilha de Utoya.

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