VÍRUS

LANGYA HENIPAVIRUS: o que se sabe sobre o novo vírus detectado pela China em humanos

A China registrou ao menos 35 pessoas infectadas pelo vírus Langya henipavirus

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Edilson Vieira

Publicado em 09/08/2022 às 20:09 | Atualizado em 09/08/2022 às 23:27
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Com informações do Estadão

O novo vírus letal identificado por cientistas chineses começa a receber a atenção de pesquisadores do mundo todo. A semelhança com o coronavírus, por ser de origem animal e capaz de infectar humanos, colocou as autoridades chinesas em estado de atenção. 

Um estudo sobre a doença foi publicada na revista científica The New England Journal of Medicine, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo.

A imprensa estatal chinesa também divulgou informações sobre a doença nesta terça-feira (9).

O vírus recebeu o nome de Langya henipavirus (LayV) e, segundo consta, já teria infectado 35 pessoas na China.

O vírus foi relacionado a indivíduos que mantêm contato frequente com animais. Não há registros por enquanto de transmissão de pessoa para pessoa.

Veja o que mais se sabe até agora sobre o novo vírus encontrado na China

Esta é a primeira vez que esse tipo de vírus é identificado em humanos. O patógeno é da família Henipavirus, que inclui outras duas espécies já identificadas, os vírus Hendra e Nipah, que podem produzir casos graves e ainda sem tratamento.

Geralmente os vírus desta família apresentam taxa de letalidade entre 40% e 75%.

O Nipah foi descoberto em 1999 na Malásia e em Singapura, e teria sido responsável por 100 mortes em 300 casos graves da doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o Nipah na lista dos vírus com potencial para causar uma pandemia.

Os pacientes, nenhum em estado grave, foram registrados em Shandong, no leste chinês, e em Henan, no centro, de acordo com o jornal local Global Times, que cita um artigo publicado por pesquisadores da China e de Cingapura, no New England Journal of Medicine

O vírus, para o qual ainda não existe vacina ou tratamento, foi detectado em amostras colhidas da garganta das pessoas infectadas, que tinham tido contato recente com animais.

Entre os sintomas relatados estão febre, cansaço, tosse, perda de apetite, dores de cabeça, dores musculares e náuseas.

De acordo com o jornal chinês, investigações posteriores revelaram que 26 dos 35 pacientes portadores deste Henipavirus desenvolveram, em alguns casos, também irritabilidade e vômitos.

Segundo o site estatal The Paper, o vírus é um dos casos mais recentes de zoonose (transmissão de animal para humano), na região da Ásia-Pacífico.

A publicação indica que um dos vetores de transmissão do vírus é o morcego da fruta (pteropodidae), considerados hópedes naturais dos Henipavirus conhecidos, o Hendra (HeV) e o Nipah (NiV).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o HeV provoca infecções em humanos que vão de assintomáticas a infecções respiratórias agudas e encefalites graves, com uma taxa de letalidade que vai de 40% a 57%, podendo variar “em função das capacidades locais de investigação epidemiológica e gestão clínica'.

Até o momento, de acordo com o Global Times, não foi provado que exista transmissão de pessoa para pessoa, embora relatórios prévios indicarem que a possibilidade para esse tipo de contágio não está descartada.

“O coronavírus não será a última doença contagiosa que provoca uma pandemia, já que novas doenças terão um impacto cada vez maior na vida diária da raça humana”, disse um subdiretor do departamento de Patologias Infecciosas do hospital de Huashan, na China.

 

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