Discurso do rei: Charles III promete servir aos britânicos por toda a vida, como Elizabeth II

O rei Charles III prometeu, em seu primeiro discurso como monarca, servir aos britânicos por toda a vida, cumprindo a promessa feita por sua falecida mãe, Elizabeth II, em seu aniversário de 21 anos
Amanda Azevedo
Publicado em 09/09/2022 às 17:12
Rei Charles III Foto: YUI MOK / POOL / AFP


Da AFP

O rei Charles III prometeu, em seu primeiro discurso como monarca nesta sexta-feira (9), servir aos britânicos por toda a vida, cumprindo a promessa feita por sua falecida mãe, Elizabeth II, em seu aniversário de 21 anos.

"Renovo diante de vocês este compromisso de serviço durante toda a vida", disse Charles, prestando uma forte homenagem à "vida de serviço" de sua mãe, que faleceu na quinta-feira (9) aos 96 anos, ao seu "amor à tradição", sua "adesão destemida ao progresso", mas também ao seu "calor e humor".

Em um discurso televisionado do Palácio de Buckingham, onde chegou à tarde, ele chamou Elizabeth II, que reinou por 70 anos, de "uma inspiração e um exemplo" para ele e sua família.

"Como a rainha fez com devoção inabalável, eu também me comprometo solenemente agora, durante o tempo restante que Deus me conceder, a defender os princípios constitucionais que estão no coração de nossa nação", acrescentou.

"Minha amada mamãe", quando completou 21 anos, "se comprometeu (...) a dedicar sua vida, fosse longa ou curta, a serviço do povo", lembrou o rei em seu primeiro discurso à nação, gravado no Palácio de Buckingham e retransmitido pela televisão.

Ele anunciou que seu herdeiro, o príncipe William, receberá seu título de príncipe de Gales.

DANIEL LEAL / AFP - William, Kate e os filhos do casal

"Também quero expressar meu amor por Harry e Meghan enquanto eles continuam construindo suas vidas no exterior", declarou o soberano, cujo relacionamento é notoriamente ruim com seu filho mais novo.

 

SASCHA SCHUERMANN / AFP - Harry e Meghan

Harry viajou sozinho na quinta-feira, num voo regular, para Balmoral, aonde chegou bem depois do anúncio da morte da soberana, enquanto os membros ativos da família real, incluindo o seu irmão, William, foram levados pela Royal Air Force.

O novo rei ressaltou também "o serviço público leal" de sua esposa, Camilla, agora rainha consorte, mas que sofreu por muito tempo por ser acusada pelo rompimento do casamento entre Charles e a princesa Diana.

YUI MOK / POOL / AFP - Charles e Camilla em frente ao Palácio de Buckingham

"Sei que ela será capaz de atender às demandas de seu novo papel com a dedicação inabalável em que tanto confio", disse ele.

"E a minha mãe querida, enquanto você embarca em sua última grande viagem para se juntar ao meu querido falecido pai, só quero dizer isso: obrigado", acrescentou Charles III.

ACOLHIMENTO AO NOVO REI

Charles foi ovacionado por milhares de pessoas em seu retorno a Londres da Escócia, 800 km ao norte, onde Elizabeth II morreu na quinta-feira aos 96 anos no castelo de Balmoral.

"Deus salve o rei!", gritou a multidão, quando Charles III e sua esposa, a rainha consorte Camilla, desceram do Rolls Royce oficial que os levou do aeroporto até os portões de Buckingham, onde o estandarte real foi içado para ele pela primeira vez.

O novo monarca apertou muitas mãos e recebeu pessoalmente mensagens de condolências e de apoio.

Convertido automaticamente em rei após a morte de sua mãe, Charles será proclamado formalmente no sábado.

O Conselho de Ascensão se reunirá às 10h locais (6h em Brasília) no Palácio de São Jaime e a proclamação será lida em público uma hora depois a partir de uma sacada, antes de ser repetida em outros locais emblemáticos.

O novo rei reuniu-se pela primeira vez em audiência com a primeira-ministra, a conservadora Liz Truss, nomeada pela rainha Elizabeth II na terça-feira em um de seus últimos atos oficiais.

Elizabeth II foi "uma das maiores líderes que o mundo já conheceu", disse Truss horas antes, durante uma homenagem no Parlamento.

Mais tarde, a primeira-ministra leu uma passagem da Bíblia em uma cerimônia religiosa em memória da rainha na catedral de São Paulo: "Nenhum de nós vive para si mesmo, e ninguém morre para si mesmo, porque se vivemos, vivemos para o Senhor, e se morremos, morremos para o Senhor".

Os sinos da grande catedral anglicana tocaram ao meio-dia, como os da Abadia de Westminster e outras do país, em honra à falecida monarca. Também foram disparadas 96 salvas de canhão em várias partes do Reino Unido, uma para cada ano de vida de Elizabeth.

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