Autoridades da China relaxaram restrições em algumas regiões do país nesta segunda-feira, 28, mas reafirmaram seu compromisso com a estratégia severa de "covid zero", após multidões demandarem a renúncia do presidente Xi Jinping durante os protestos contra o confinamento de milhões de cidadãos.
O governo da capital Pequim anunciou que não vai mais colocar portões para bloquear o acesso a complexos de apartamentos onde as infecções são registradas. Já a metrópole manufatureira e comercial de Guangzhou, principal ponto crítico da última onda de infecções na China, anunciou que alguns residentes não precisarão mais passar por testes em massa, de forma a "conservar recursos".
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O governo não fez comentários sobre os protestos ou críticas a Xi, a mais ampla demonstração de oposição ao Partido Comunista em décadas. Não houve informações oficiais sobre quantas pessoas foram detidas depois que a polícia usou spray de pimenta contra manifestantes em Xangai e lutou para reprimir manifestações em outras cidades, incluindo Pequim. Autoridades não mencionaram um incêndio mortal na semana passada que desencadeou os protestos após perguntas raivosas online sobre se bombeiros ou vítimas tentando escapar foram bloqueados por portas trancadas ou outros controles antivírus.
Covid-zero
A política de "covid-zero", que visa isolar todas as pessoas infectadas, ajudou a manter o número de casos da China menor do que o dos Estados Unidos e outros países importantes. Mas as pessoas em algumas áreas ficaram confinadas em casa por até quatro meses e dizem que carecem de suprimentos confiáveis de alimentos.
O governo chinês prometeu reduzir as restrições alterando a quarentena e outras regras. Mas a aceitação do público está se esgotando depois que um aumento nas infecções levou as cidades a apertarem os controles, alimentando reclamações de que o excesso de fiscalização está prejudicando a população. O jornal do Partido Comunista, People's Daily, pediu que sua estratégia antivírus fosse executada de forma eficaz, indicando que o governo de Xi não tem planos de mudar de rumo.
Nesta segunda, o número de novos casos diários subiu para 40 347, incluindo 36.525 sem sintomas. Fonte: Associated Press.
Biden 'monitora' as manifestações na China
O presidente americano, Joe Biden, "monitora" de perto as manifestações na China, que exigem liberdades e o fim dos confinamentos impostos para combater a covid-19.