Política

Presidente argentino pede investigação de conluio entre juízes, promotores e empresários

A mensagem da Presidência foi transmitida em rede nacional

Cadastrado por

Renata Monteiro

Publicado em 05/12/2022 às 22:47
Alberto Fernández acusou a Corte Suprema de "invadir arbitrariamente as esferas das competências exclusivas e excludentes dos demais poderes" do Estado - ESTEBAN COLLAZO/PRESIDÊNCIA DA ARGENTINA

Da AFP

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, pediu nesta segunda-feira (5) a abertura de uma investigação criminal sobre uma suposta viagem que reuniu juízes, promotores e empresários da mídia, após a divulgação de mensagens nas quais eram definidas estratégias para ocultá-la.

"Fere a democracia ver a promiscuidade antirrepublicana com que se movem alguns empresários, juízes, promotores e funcionários. Até aqui, eles se sentiram impunes. É hora de começarem a prestar contas por suas condutas", declarou o presidente.

A mensagem da Presidência foi transmitida em rede nacional, "porque é evidente que grande parte do sistema de mídia privado decidiu não dar conta do ocorrido nessa viagem singular a Lago Escondido", explicou Fernández.

A polêmica teve origem em uma viagem realizada em 13 de outubro a Lago Escondido, na Patagônia argentina, da qual participaram juízes, promotores, empresários e funcionários da prefeitura de Buenos Aires, controlada pela oposição, segundo nota do jornal "Página/12", que divulgou o assunto quatro dias depois.

Os viajantes, que se deslocaram em um avião particular, hospedaram-se na casa de campo do milionário britânico Joe Lewis, dono de milhares de hectares no sul do país. Neste fim de semana, veio à tona uma série de mensagens de um chat na plataforma Telegram em que os supostos participantes da viagem combinavam uma estratégia para evitar a sua divulgação e esconder a origem do financiamento, como indicam os áudios e textos divulgados por diversos veículos.

"Parece evidente que a viagem ocorreu, e tudo parece indicar que, sabendo que o fato havia virado notícia, aqueles que teriam participado do mesmo se preocuparam com o risco de terem incorrido em uma série de crimes, como o não cumprimento de deveres de um funcionário público", advertiu o presidente.

O prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, respaldou seu ministro da Justiça, Marcelo D'Alessandro, e garantiu que está à disposição do judiciário.

"Estamos diante de uma nova operação do kirchnerismo que recorre à manipulação da informação e à espionagem ilegal. Tentam distrair a atenção dos temas importantes e gerar a sensação de que somos todos iguais", escreveu Rodríguez Larreta no Twitter.

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