Justiça

Ex-presidente da Guatemala é condenado por corrupção

Otto Pérez foi considerado responsável criminalmente pelos crimes de associação ilícita e por ser cúmplice responsável pelo crime de casos especiais de fraude aduaneira

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AFP

Publicado em 07/12/2022 às 23:54 | Atualizado em 07/12/2022 às 23:54
Otto Pérez, ex-presidente da Guatemala - Foto: AFP

Um tribunal criminal da Guatemala condenou nesta quarta-feira o ex-presidente Otto Pérez, general reformado, a 16 anos incomutáveis de prisão por uma fraude alfandegária que levou à sua renúncia em 2015, três anos após assumir o poder.

Otto Pérez "é responsável criminalmente pelos crimes: autor do crime de associação ilícita e por ser cúmplice responsável pelo crime de casos especiais de fraude aduaneira", anunciou a presidente do tribunal, Irma Jeannette Valdés, ao ler a sentença.

Cada crime foi punido com oito anos de prisão, totalizando 16 anos, mais multa de 1 milhão de dólares. Uma sentença semelhante foi recebida por sua ex-vice-presidente, Roxana Baldetti, também acusada de liderar a fraude. Ambos foram absolvidos do crime de enriquecimento ilícito.

Pérez, 72 anos, renunciou ao cargo e foi preso em 3 de setembro de 2015, após manifestações em massa. O caso que o envolve, conhecido como "La Línea", consistia em um sistema de sonegação de impostos alfandegários, e foi revelado pela Procuradoria, com o acompanhamento da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), entidade das Nações Unidas que apoiou o combate a estruturas criminosas no Estado.

"Eu me sinto realmente frustrado, decepcionado", declarou Pérez após a decisão do tribunal. "Que sentido faz fraudar o Estado se não puderam provar o enriquecimento ilícito? Então onde está o dinheiro?", questionou, incomodado, acrescentando que irá recorrer da sentença.

Segundo a investigação, o montante de propinas recebidas pela estrutura somou cerca de 3,5 milhões de dólares, enquanto o valor defraudado do Estado por evasão de impostos atingiu quase 10 milhões de dólares durante a operação detectada entre 2013 e 2015.

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