AFP
Em uma entrevista transmitida pela televisão no domingo (1º), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse estar preparado para normalizar as relações com os Estados Unidos, em meio à crise energética derivada da invasão russa da Ucrânia.
Leia nesta matéria:
- Sanções contra a Venezuela
- Relação da Venezuela com a Europa
"A Venezuela está preparada, totalmente preparada, para avançar em um processo de normalização das relações diplomáticas, consulares, políticas, com este governo dos Estados Unidos e com os governos que vierem", disse Maduro em entrevista ao jornalista francês Ignacio Ramonet e à rede Telesur, divulgada pela televisão estatal venezuelana.
O presidente socialista rompeu relações com Washington em 2019, quando o então governo de Donald Trump reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como "presidente interino" da Venezuela.
Sanções contra a Venezuela
Para forçar a saída de Maduro, os Estados Unidos lançaram uma bateria de sanções contra a Venezuela, incluindo um embargo ao petróleo venezuelano.
Embora mantenha formalmente a política de não reconhecer Maduro por considerar fraudulenta sua reeleição em 2018, o governo de Joe Biden enviou delegados a Caracas, em 2022, para se reunir com ele e negociou, entre outras coisas, trocas de prisioneiros.
O governante chavista comemorou a licença que a Casa Branca concedeu à gigante energética Chevron para operar por seis meses no país, depois que seus delegados e a oposição venezuelana retomaram as negociações no México.
"Mando uma mensagem a todas as empresas (...): a Venezuela está de portas abertas, com condições especiais, para investimento, para produção", afirmou.
Relação da Venezuela com a Europa
Maduro disse ainda que "as coisas estão indo bem" com a União Europeia (UE), com "um diálogo permanente" com o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell.
E, nesse contexto, anunciou que a Espanha deu sua aprovação a Coromoto Godoy como nova embaixadora da Venezuela em Madri, depois de o governo espanhol ter nomeado Ramón Santos Martínez como seu embaixador em Caracas na terça-feira. Ambas as capitais passaram dois anos sem representação diplomática, devido a tensões políticas.
"Muito em breve ela estará em Madri", anunciou Maduro.
Vozes como a do presidente da França, Emmanuel Macron, fizeram um apelo para se “diversificar as fontes de abastecimento de petróleo”, incluindo provedores como Irã e Venezuela, com o objetivo de conter a alta dos preços decorrente das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia.