Da AFP
O presidente dos EUA, Joe Biden, assegurou nesta quarta-feira (4) que tem a intenção de visitar a fronteira entre Estados Unidos e México, e anunciou que fará um discurso na quinta-feira sobre a chegada de migrantes à divisa sul.
"Essa é a minha intenção", assinalou Biden durante visita ao estado de Kentucky (sudeste). O líder democrata tem sido criticado constantemente pelos republicanos por não ter visitado a fronteira nos primeiros dois anos de seu mandato.
Biden não deu mais detalhes sobre a data da visita. Na próxima segunda-feira (9), ele viajará ao México para uma cúpula com os mandatários mexicano e canadense.
Posteriormente, ao retornar de uma viagem pelo centro dos Estados Unidos, o democrata disse que "faria um discurso [nesta quinta] sobre segurança fronteiriça", um tema politicamente delicado no momento em que a chegada de migrantes alcança máximos históricos.
O tema da imigração é particularmente sensível para a Casa Branca, que atualmente trabalha para implementar uma estratégia sustentável que permita controlar as chegadas à fronteira com o México, que tem 3.000 quilômetros de extensão.
Até agora, a política de imigração do governo Biden dependeu, em grande parte, de uma medida implementada pelo ex-presidente republicano Donald Trump (2017-2021), que foi aplicada no início da pandemia de covid-19 e restringe severamente a entrada ao território alegando problemas de ordem sanitária.
Este instrumento legal, conhecido como "Título 42", foi objeto de diversas batalhas judiciais. A Suprema Corte decidiu mantê-lo em 27 de dezembro, à espera de uma decisão de fundo para a primavera boreal.
IMIGRANTES NOS EUA
A crise migratória na fronteira sul é um dos temas prediletos da oposição republicana, que critica Biden por ser cego sobre o assunto e pede regularmente a presença do presidente e também da vice Kamala Harris no local.
Ativistas dos direitos humanos criticam a vigência da medida, que entre, outras coisas, permite a expulsão imediata, sem recurso legal, dos imigrantes.
Muitos estados americanos advertem que haverá forte afluência de migrantes assim que o "Título 42" for suspenso, depois que mais de 200.000 pessoas foram detidas por cruzar a fronteira de forma irregular apenas em novembro.