Da AFP
O Peru fechou neste sábado (21) por tempo indeterminado a entrada da cidadela inca de Machu Picchu, alegando motivos de segurança, diante dos protestos que pedem a renúncia da presidente Dina Boluarte, que já deixaram 46 mortos.
"Determinou-se o fechamento de rede de trilhas incas e da llaqta (cidadela) de Machu Picchu, ante a conjuntura social e para salvaguardar a integridade dos visitantes", informou o Ministério da Cultura, em um comunicado, acrescentando que a medida ficará em vigor "até novo aviso".
O governo de Boluarte tomou esta decisão, depois que o serviço ferroviário da cidade de Cusco a Machu Picchu Pueblo, também conhecida como Aguas Calientes, foi suspenso em decorrência dos danos à ferrovia. Os trilhos da via foram removidos de seu lugar na sexta-feira, de acordo com a concessionária Ferrocarril Trasandino. Os estragos teriam sido causados por manifestantes.
Pelo menos 400 turistas ficaram retidos em Aguas Calientes, cidade no sopé da montanha da cidade de pedra inca. A mesma situação ocorreu em dezembro.
A ferrovia é o único meio de transporte para a cidadela, já que não existe via de trânsito de veículos que a conecte a Cusco, localizada a 110 km, que tem no turismo sua principal fonte de receita.
A União Europeia (UE) se pronunciou sobre a crise no Peru, que já causou 46 mortes desde dezembro. O bloco lamentou "o grande número de mortos" e pediu que o governo e a oposição peruanos tomem "medidas urgentes para restabelecer a calma".
Um manifestante que estava gravemente ferido desde ontem devido à repressão policial aos protestos em Ilave, região de Puno, morreu neste sábado, informou a Defensoria do Povo.