A polícia italiana anunciou nesta terça-feira (21) a abertura de uma investigação contra a rede social chinesa TikTok, acusada de permitir a divulgação de "conteúdos perigosos que incentivam o suicídio, a automutilação e o desenvolvimento de distúrbios alimentares".
A investigação, realizada pela Autoridade da Concorrência, envolve a empresa irlandesa TikTok Technology Limited, responsável pelas relações com os consumidores europeus, e as subsidiárias inglesa e italiana, informou em comunicado.
A sede italiana do TikTok foi alvo de uma inspeção nesta terça-feira pela polícia financeira, responsável pelo caso.
A abertura da investigação foi decidida pela presença na plataforma de "inúmeros vídeos de jovens que adotam comportamentos de automutilação", como o recente desafio de marcar os seus rostos com a chamada "cicatriz francesa", que se tornou viral.
Esse desafio, ensinado em muitos tutoriais do TikTok, envolve beliscar as maçãs do rosto com tanta força e por tanto tempo que é preciso deixar um hematoma, mas pode deixar marcas permanentes, uma prática perigosa segundo os médicos.
A entidade antitruste critica o TikTok por não ter implementado sistemas adequados para monitorar o conteúdo, "especialmente na presença de usuários particularmente vulneráveis, como menores de idade".
O TikTok não "aplicou as suas próprias regras, que contemplam a remoção de conteúdos perigosos relacionados com desafios, suicídios, automutilação e distúrbios alimentares", sublinha a autoridade em comunicado de imprensa.
De propriedade da gigante chinesa ByteDance, o TikTok também é alvo de muitos países por motivos de segurança.
TikTok não é recomendado a funcionários públicos na Holanda
O governo holandês disse nesta terça-feira (21) que não recomenda que seus funcionários usem o TikTok ou outros aplicativos administrados por países com "ciberprogramas ofensivos" em seus dispositivos profissionais.
Segundo o Serviço de Inteligência Holandês (AIVD), há "um risco crescente de espionagem" por meio do uso do TikTok ou de outros aplicativos administrados por países como Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.
O governo holandês aconselhou seus funcionários a não usar esses aplicativos, dizendo que espera alcançar uma "solução estrutural" que impossibilite o uso dos mesmos em seus dispositivos profissionais.
"O governo central deve ser capaz de fazer seu trabalho com total segurança, também por meio de seus dispositivos móveis", disse Alexandra van Huffelen, secretária de Estado holandesa para digitalização.
O governo quer que todos os telefones profissionais dos funcionários sejam configurados para que apenas aplicativos ou funcionalidades previamente autorizados possam ser instalados e usados.
A Holanda seguirá assim o Canadá, o Reino Unido e as agências federais dos EUA, que já baniram o TikTok de dispositivos governamentais por questões de segurança de dados.