O governador da Flórida, Ron DeSantis, lançou sua campanha à Casa Branca. Aos 44 anos, com sólidas credenciais conservadoras, ele será o maior rival do ex-presidente Donald Trump pela vaga de candidato do Partido Republicano.
Ele começa a disputa com mais de US$ 100 milhões para gastar nas primárias, que começam em janeiro do ano que vem.
No entanto, o lançamento da campanha, feito em uma live no Twitter, foi desastroso. Os servidores do site ficaram sobrecarregados, travando repetidamente. Após meia hora de transmissão, o governador finalmente anunciou a candidatura. "Estou concorrendo à presidência dos EUA", disse, no momento em que centenas de milhares já haviam abandonado a plataforma.
Nos últimos sete anos, Trump dominou a máquina do partido. Polarizador e carismático, o ex-presidente sempre conseguiu impedir o surgimento de alternativas viáveis. Por isso, DeSantis representa um desafio - o maior deles até agora.
A disputa presidencial nos EUA é uma corrida de obstáculos. O primeiro é reunir apoio para lançar uma pré-candidatura pela vaga de um dos dois partidos - Democrata e Republicano. O respaldo é político, mas principalmente financeiro, na forma de doações, tanto de indivíduos como de comitês de ação política, os chamados PACs.
A saúde financeira é crucial para uma campanha que banca assessores, pesquisas, viagens e publicidade em 50 Estados americanos. DeSantis será o pré-candidato republicano com mais dinheiro no início da disputa: ele tem US$ 80 milhões na conta estadual do partido e diz ter arrecadado outros US$ 40 milhões - em contraste, a campanha de Trump teria apenas US$ 7 milhões disponíveis.
No entanto, se DeSantis tem a vantagem financeira, Trump lidera no que mais importa: os votos. O ex-presidente aparece à frente do governador da Flórida, em todas as pesquisas, com aproximadamente o dobro das intenções de voto (50% a 25%).
"DeSantis é o principal rival de Trump dentro do Partido Republicano", afirma Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, dos EUA. "O risco é sua capacidade de ser eleito."
Durante muito tempo, Trump e DeSantis foram aliados. Mas, assim que o governador despontou como alternativa dentro do partido, virou alvo da metralhadora do ex-presidente. Ontem, Trump voltou a ironizar o rival.
"Ele precisa desesperadamente de um transplante de personalidade Mas, pelo que sei, eles ainda não estão disponíveis clinicamente", escreveu o ex-presidente em suas redes sociais.