As buscas por cinco pessoas a bordo do submersível desaparecido que estava explorando os destroços do Titanic foram expandidas, após ruídos subaquáticos terem sido captados na área. O suprimento de oxigênio da embarcação acaba nesta quinta-feira.
Uma aeronave de vigilância, que procura o submersível Titan, desaparecido no Atlântico no domingo, detectou ruídos na área de busca, segundo a Guarda Costeira dos EUA. O porta-voz do órgão, Jamie Frederick, disse que os sons de batida foram ouvidos na terça e quarta. Segundo ele, não era possível identificar a origem dos ruídos.
Veículos operados remotamente (ROVs) foram realocados para explorar a origem dos ruídos, mas os resultados foram negativos. A Guarda Costeira não detalhou a natureza dos sons ou como eles foram captados.
A Guarda Costeira disse que a aeronave que captou as batidas era um avião de vigilância P-3, modelo usado para patrulha marítima. Os dados foram compartilhados com a Marinha dos EUA.
Uma equipe internacional de socorristas tem procurado o submarino em uma área de cerca de 20 mil km², quase o tamanho do Estado de Sergipe, e a uma profundidade de aproximadamente 4 quilômetros.
Aeronaves dos EUA e do Canadá estão examinando a superfície e boias de sonar estão sondando as profundezas. O submersível de 6,5 metros de comprimento tem o casco de fibra de carbono e titânio, mas não tem GPS. O Titan é operado pela empresa OceanGate Expeditions, cuja proposta é aumentar o acesso do público ao oceano profundo.
Seu CEO, Stockton Rush, disse à emissora americana CBS que o veículo não exige muita habilidade. "É como se fosse um elevador " A empresa, porém, já havia sido alertada sobre a insegurança de seu maquinário, mas discordou das críticas.
Por se tratar de uma inovação, justificou, o empreendimento não atenderia aos padrões atuais de certificação. Em uma declaração no Twitter, na terça-feira, Rush afirmou que "sinais prováveis de vida foram detectados no local".
Segundo ele, a empresa estava tentando obter aprovação para usar um veículo operado remotamente na área de busca.
Alistair Greig, professor de engenharia marítima no University College London, sugeriu duas hipóteses sobre o que poderia ter acontecido com o submarino. A primeira estaria relacionada a um problema elétrico ou do sistema de comunicação, o que não impediria o submersível de voltar à superfície. Outro cenário seriam danos ao casco de pressão. "Nesse caso, o prognóstico não é bom", apontou o especialista.