Da AFP
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instou, nesta quarta-feira (11), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a seguir as "normas da guerra", depois que ele prometeu destruir o grupo islamita palestino Hamas, após o ataque a Israel lançado no sábado.
O presidente americano, que enviou um porta-aviões para a região em sinal de apoio a Israel, também alertou o Irã, patrocinador do Hamas, a ter "cuidado" em meio à escalada do conflito.
Biden disse, durante uma reunião na Casa Branca com líderes da comunidade judaica americana, que os ataques contra Israel, nos quais 1.200 pessoas morreram, segundo o Exército israelense, correspondem ao "dia mais mortal para os judeus desde o Holocausto".
O presidente americano afirmou que conversou com Netanyahu nesta quarta-feira, enquanto Israel respondeu com ataques aéreos contra a Faixa de Gaza, nos quais, segundo funcionários palestinos, morreram mais de 1.000 pessoas.
Além disso, Biden disse que conhecia Netanyahu há 40 anos e que ambos tinham uma "relação muito franca".
"E o único que lhe disse é que é realmente importante que Israel, com toda a raiva e frustração... existentes, que atue sob as normas da guerra", acrescentou.
Trata-se da primeira vez que Biden faz algum tipo de apelo à moderação na retaliação de Israel ao que chamou de "pura maldade" dos atentados de sábado cometidos pelo Hamas.
Mais cedo, Netanyahu prometeu a destruição total do grupo palestino.
"Cada membro do Hamas é um homem morto", disse o veterano da direita israelense, comparando-os ao grupo Estado Islâmico.
Tenham cuidado
Biden também fez uma advertência dura ao Irã, que apoia o Hamas e o Hezbollah no Líbano, e que é um adversário de longa data tanto de Israel quanto dos Estados Unidos.
O presidente lembrou que Washington enviou à região o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, e sua frota. Funcionários americanos afirmaram que outro navio do mesmo tipo seria disponibilizado em caso de necessidade.
Biden foi enfático. "Deixamos claro aos iranianos: tenham cuidado".
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, viajou na primeira hora desta quarta-feira a Israel em demonstração de solidariedade ao país.
Embora tenha aumentado o medo de um confronto regional, funcionários americanos declararam que ainda não viram nenhum dado de inteligência demonstrando que o Irã tenha estado envolvido no planejamento do ataque do Hamas.
Ao menos 22 americanos morreram nos atentados do grupo islamita palestino, enquanto um número indeterminado de cidadãos dos Estados Unidos estão entre as 150 pessoas - entre mulheres, crianças e idosos - feitas reféns pelos militantes.
O ataque do Hamas a Israel gerou temores de atentados em solo americano e agravou a preocupação com o ressurgimento do antissemitismo no país.
Biden disse na terça-feira que as autoridades americanas estão em alerta e que foi reforçada a segurança em torno de locais da comunidade judaica.