ATOS TERRORISTAS

PF prende terceiro suspeito de ligação com o Hezbollah

Segundo apurou o Estadão, o terceiro preso da investigação é um músico ligado a Mohammad Khir Adbulmajid, apontado como elo entre o Hezbollah e os brasileiros

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Estadão Conteúdo

Publicado em 13/11/2023 às 22:12 | Atualizado em 13/11/2023 às 22:13
Segundo as primeiras informações divulgadas pela PF, os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil - DIVULGAÇÃO

A Polícia Federal prendeu mais um suspeito de integrar um grupo ligado ao Hezbollah que estaria planejando ataques terroristas contra prédios da comunidade judaica no Brasil. A detenção foi realizada no Rio, no domingo.

A prisão é desdobramento da Operação Trapiche, aberta na quarta-feira passada. Na ocasião, foram presos dois suspeitos: o autônomo Lucas Passos Lima, de 35 anos, detido no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, quando voltava do Líbano, e o técnico em plásticos Jean Carlos de Souza, de 38, preso próximo a um hotel onde estava hospedado no centro da capital paulista.

Segundo apurou o Estadão, o terceiro preso da investigação é um músico ligado a Mohammad Khir Adbulmajid, apontado como elo entre o Hezbollah e os brasileiros sob suspeita. Em depoimento, o novo alvo da Trapiche alegou que foi contratado para fazer um show no Líbano. O nome de Adbulmajid está na lista de difusão vermelha da Interpol. De acordo com investigadores, ele estaria no Líbano.

CRISE DO BRASIL COM ISRAEL

A Operação Trapiche causou uma crise entre o Ministério da Justiça e o embaixador de Israel em Brasília, Daniel Zonshine, que deu declarações sobre a suposta presença de representantes do Hezbollah no País. O ministro Flávio Dino reagiu e afirmou que "nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal" e que o caso está sob investigação.

O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel. A ofensiva foi divulgada pelo governo de Israel, que agradeceu a cooperação das autoridades internacionais com o Mossad, serviço secreto do país.

A Operação Trapiche foi deflagrada para "interromper atos preparatórios de terrorismo e apurar um possível recrutamento de brasileiros para a prática de atos extremistas no País". Conforme a PF, os recrutadores e os recrutados podem responder pelos crimes de constituir ou integrar organização terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo. As penas para tais delitos, somadas, podem chegar a 15 anos de reclusão.

'NEGÓCIOS 

Os dois homens presos pela PF por suspeita de envolvimento com o Hezbollah negaram, em audiência de custódia na 5.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, participação em planos terroristas.

Morador de Brasília, Lucas Lima narrou que viajou ao Líbano porque recebeu uma proposta de "crescimento de negócio". Ele afirmou que estudou até o 8.º ano e trabalha com regularização de imóveis, corretagem e venda de grãos.

Jean Carlos de Souza mora em Joinville (SC). Ele disse, na audiência de custódia, que vive uma rotina de viagens e, por isso, já foi parado e revistado inúmeras vezes pela PF.

 

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