O Irã e o Paquistão anunciaram, nesta segunda-feira (22), uma volta à normalidade nas relações diplomáticas, após trocarem bombardeios na semana passada.
"Em uma conversa telefônica entre os ministros das Relações Exteriores do Paquistão e da República Islâmica do Irã, ambas as partes concordaram que os embaixadores de ambos os países retornarão aos seus cargos até 26 de janeiro", afirmaram em comunicado conjunto.
"Convidado por Jalil Abbas Jilani, o ministro de Relações Exteriores do Paquistão, seu homólogo iraniano, Amir Abdollahian, realizará em 29 de janeiro uma visita à Islamabad", detalhou o comunicado.
O Paquistão havia chamado, na quarta-feira (17), seu embaixador em Teerã para consultas, e anunciou que o embaixador iraniano - que estava em seu país, no momento -, não poderia retornar a Islamabad.
A decisão aconteceu após o Irã atacar um grupo "terrorista" em solo paquistanês com mísseis e drones. O Paquistão respondeu ao ataque bombardeando, por sua vez, outros grupos rebeldes no Irã.
Ambos os ataques resultaram em um total de onze mortos, na maioria mulheres e crianças, segundo as autoridades.
Os dois países, que nunca antes haviam realizado ataques dessa magnitude no território um do outro, enfrentam há décadas rebeliões na região de Baluchistão, situada em ambos os lados de sua fronteira comum.
Após a brusca escalada de tensão, as duas partes anunciaram, na sexta-feira, que concordaram em reduzir o conflito.
A troca de bombardeios preocupou a comunidade internacional, depois que o Irã atacou, na semana passada, outros alvos na Síria e no Iraque, em meio à tensão na região devido à guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.