O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado nesta sexta-feira (26) a pagar 83,3 milhões de dólares (R$ 409,5 milhões) à escritora E. Jean Carroll por difamá-la após ela o acusar de estupro em 2019, anunciou o juiz ao fim das deliberações do júri.
Esta quantia, muito superior aos 10 milhões (R$ 49,2 milhões) que a escritora e jornalista solicitava, desdobra-se em 65 milhões de dólares (R$ 319,5 milhões) por danos e juros, 11 milhões (R$ 54 milhões) por reparação de danos à reputação e 7,3 milhões (R$ 35,9 milhões) de compensação financeira, de acordo com veículos americanos como o New York Times e a CNN.
Após pouco mais de duas horas de deliberações, o júri concluiu que Carroll sofreu mais do que "danos nominais" e que Trump agiu de maneira "maliciosa, por ódio, má vontade, rancor, vingativamente, ou com indiferença, imprudente ou deliberadamente" contra a escritora e ex-jornalista.
"Absolutamente ridículo!... vou recorrer", reagiu ele em sua plataforma Truth Social, onde novamente chamou o julgamento de "caça às bruxas" orquestrada pelo presidente democrata Joe Biden para impedir seu retorno à Casa Branca. Também criticou o "sistema judicial fora de controle".
Em maio do ano passado, outro júri considerou o republicano culpado por agressão sexual e difamação, condenando-o a pagar 5 milhões de dólares (R$ 24,6 milhões) a Carroll. O magnata apelou da decisão.
O ex-presidente (2017-2021) deixou furioso a sala do tribunal quando a acusação apresentou seus argumentos finais na manhã desta sexta-feira, antes de retornar quando foi a vez de sua advogada defender sua causa.