Donald Trump derrotou, neste sábado (24), sua adversária republicana Nikki Haley, nas primárias da Carolina do Sul, aproximando-se um pouco mais de uma possível revanche com o democrata Joe Biden nas presidenciais de novembro.
O resultado representa um duro revés para Haley, que encarna a ala mais moderada do Partido Republicano, pois ocorre no estado que ela governou por seis anos.
Assim como nas primárias anteriores, cujo objetivo é designar o candidato republicano às presidenciais, o ex-presidente se mostrou implacável.
VITÓRIA TRUMPISTA
Veículos de comunicação americanos divulgaram sua vitória segundos depois do fechamento das seções eleitorais.
Apesar de seus problemas com a justiça, Trump, de 77 anos, é o grande favorito na corrida pela indicação republicana. Nestas primárias, havia muito em jogo.
"Se Trump for capaz de derrotar Nikki Haley em seu estado natal, isto provavelmente o tornaria um candidato quase certo à indicação do Partido Republicano", explicou David Darmofal, cientista político da Universidade da Carolina do Sul.
O ex-presidente espera obrigar sua ex-embaixadora na ONU a jogar a toalha, como seus outros adversários fizeram.
"As primárias terminam esta noite e é hora de passar às eleições presidenciais para que possamos derrotar Joe, o Canalha", disse Steven Cheung, porta-voz de Trump, usando um dos apelidos favoritos do presidente para se referir ao democrata.
HALEY AINDA RESISTE
A premissa de Haley é simples: "Não sobreviveremos a mais quatro anos de caos de Trump".
Neste sábado, surgiu uma nova polêmica.
Trump sugeriu que seus problemas judiciais fazem com que os afro-americanos simpatizem com sua candidatura.
"Os negros gostam de mim porque têm sido muito prejudicados e discriminados, e de fato me veem como se eu estivesse sendo discriminado", disse.
Haley qualificou estes comentários de "repugnantes".
"É repugnante. Mas é isso que acontece quando sai do teleprompter. Esse é o caos que se avizinha com Donald Trump", disse em uma seção eleitoral.
Os democratas também se chocaram com a fala, devido à comparação entre os afro-americanos e a criminalidade.
DISPUTA NO MICHIGAN
A próxima etapa das primárias será disputada em Michigan na próxima terça-feira.
Os republicanos de Idaho e Missouri vão votar em 2 de março e os da Dakota do Norte, no dia 4, mas a data mais importante do calendário político americano será 5 de março, data da famosa Superterça.
Nesse dia, eleitores de 15 estados, incluindo Texas, Califórnia, Colorado e Virgínia, comparecerão às urnas simultaneamente no grande dia das primárias.
Em tese, as primárias podem prosseguir até julho, mas a equipe de Donald Trump prevê uma vitória "no mais tardar em 19 de março".
TRUMP E A JUSTIÇA
Trump quer iniciar o mais rápido possível a campanha para a revanche contra Joe Biden, o presidente democrata que disputa a reeleição, antes de mergulhar nos julgamentos em série que o obrigarão a alternar comícios e tribunais.
O primeiro julgamento criminal de Trump começará em 25 de março.