ALTA TEMPERATURA

Calor bate recorde no planeta pelo 9º mês consecutivo

A média de fevereiro de 2024 foi de 13,54 ° C, quebrando a marca anterior de 2016 em um oitavo de grau

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Estadão Conteúdo

Publicado em 07/03/2024 às 21:37
Calor bate recorde no planeta pelo 9º mês consecutivo
Calor bate recorde no planeta pelo 9º mês consecutivo - TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL

Pelo nono mês consecutivo, o planeta estabeleceu novos recordes de calor. Fevereiro, o inverno do Hemisfério Norte como um todo e os oceanos bateram recordes de altas temperaturas, segundo a agência climática europeia Copernicus.

O episódio histórico mais recente dessa onda de calor inclui temperaturas da superfície do mar que, além de serem as mais altas do mês de fevereiro, superaram as registradas de qualquer mês, batendo o recorde de agosto de 2023. Além disso, fevereiro, assim como os dois meses de inverno (do Hemisfério Norte) anteriores, excedeu o limite de aquecimento de longo prazo estabelecido pela comunidade internacional, informou o Copernicus na quarta-feira (6).

O último mês que não estabeleceu recorde mensal de alta temperatura foi maio de 2023, que ficou em terceiro, atrás de 2020 e 2016. Os recordes do Copernicus têm sido derrubados sucessivamente desde junho.

ACIMA DA MÉDIA

A média de fevereiro de 2024 foi de 13,54 ° C, quebrando a marca anterior de 2016 em um oitavo de grau. A temperatura de fevereiro foi 1,77° C acima da registrada no fim do século 19, segundo os cálculos do Copernicus. Só dezembro teve uma margem maior do que fevereiro acima dos níveis pré-industriais em um mês. No Acordo Climático de Paris de 2015, o mundo estabeleceu a meta de tentar conter o aquecimento a um máximo de 1,5 °C em comparação com a época pré-industrial.

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Os números do Copernicus são mensais e têm métrica diferente do limite estabelecido em Paris, que é a média de duas ou três décadas. Os dados do Copernicus revelam que os últimos oito meses, desde julho de 2023, ultrapassaram 1,5 º C de aquecimento Segundo climatologistas, a maior parte do aquecimento recorde se deve à mudança climática causada pelo homem, composta de emissões de dióxido de carbono e metano provenientes da queima de carvão, petróleo e gás natural.

O calor adicional vem do fenômeno El Niño, um aquecimento do Pacífico que altera os padrões climáticos globais. Esse foi o inverno mais quente no Hemisfério Norte - dezembro, janeiro e fevereiro - em quase um quarto de grau, superando o recorde de 2016, ano que também teve El Niño. O período de três meses é o mais alto em qualquer estação do ano acima dos níveis pré-industriais nos registros do Copernicus, que datam de 1940.

Para a climatologista Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, que não participou dos cálculos, na escala de 1 a 10 para avaliar a gravidade da situação, ela dá ao que está ocorrendo "um 10, mas em breve precisaremos de uma nova escala, porque o que é um 10 hoje será um 5 no futuro, a menos que a sociedade possa parar o acúmulo de gases de efeito estufa".

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