Eleições

Centro-direita lidera eleição em Portugal com margem apertada

Com 98,9% das urnas apuradas, a coalizão conquistou 77 assentos, contra 75 do Partido Socialista (PS)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 10/03/2024 às 22:29
Se confirmada a vitória, a centro-direita vai precisar negociar com o Parlamento para formar o governo - ANDRE DIAS NOBRE / AFP

A coalizão Aliança Democrática, de centro-direita, saiu na frente nas eleições parlamentares de Portugal, disputadas voto a voto com a esquerda. Com 98,9% das urnas apuradas, a coalizão conquistou 77 assentos, contra 75 do Partido Socialista (PS). Se confirmada a vitória, a centro-direita vai precisar negociar com o Parlamento para formar o governo.

Em terceiro lugar, está o partido Chega!, de extrema direita. A eleição confirmou o avanço da legenda no país, com um desempenho que indica um aumento expressivo da bancada, de 12 deputados atuais para entre 46 e 54. O líder do partido, André Ventura, afirmou ainda durante a apuração dos votos que o crescimento da sua bancada indica o fim do bipartidarismo entre o Partido Social Democrata (PSD), que lidera a coalizão de centro-direita, e o PS em Portugal.

DISPUTA EQUILIBRADA

Com a menor abstenção em mais de uma década, a eleição foi acirrada até o fim. Apesar das primeiras pesquisas de boca-de-urna terem indicado a vitória da Aliança Democrática, o Partido Socialista manteve a expectativa de vencer o pleito, com o ex-primeiro-ministro António Costa chegando a afirmar que havia um empate. "Creio que nesse momento os resultados quase definitivos são menos claros que as previsões iniciais", afirmou à noite.

Independentemente do vencedor, tanto a direita quanto a esquerda terão de negociar o apoio de outras legendas para formar a maioria parlamentar e possibilitar o governo. Os dois grupos têm se alternado no poder há décadas.

O resultado mostra que a soma dos partidos de direita é superior aos da esquerda, em grande parte por causa do crescimento do Chega!. Durante a campanha, no entanto, o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, repetiu diversas vezes que não governaria com o apoio da legenda, mas uma composição que não inclua a terceira maior bancada de deputados pode ser um desafio para Montenegro caso a vitória da sua coalizão seja confirmada.

Por outro lado, André Ventura externou diversas vezes que está disposto a abandonar algumas das propostas mais controversas do partido, como a castração química para agressões sexuais e penas de prisão perpétua, para compor o governo. "Temos de começar a trabalhar para que haja um governo estável em Portugal e os portugueses disseram claramente que querem um governo de dois partidos: do Chega! e da AD", disse.

ELEIÇÃO ANTECIPADA

Prevista para acontecer apenas em 2026, a eleição portuguesa foi antecipada por causa da renúncia do premiê António Costa, do Partido Socialista, após ter o nome citado em uma investigação de corrupção em negócios do setor energético. A saída surpreendeu os próprios partidos, uma vez que os socialistas tinham 120 das 230 cadeiras parlamentares, suficiente para permitir a conclusão do governo.

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