O Congresso Nacional Africano (ANC), histórico partido de Nelson Mandela, foi o mais votado nas eleições ocorridas na quarta-feira (29) na África do Sul, mas pela primeira vez terá de formar aliança com alguma outra sigla. O ANC se manteve por 30 anos, desde o fim do regime Apartheid, no governo.
Até as 20h20 desta sexta-feira (31), no horário de Brasília, a apuração já havia contabilizado 93,7% dos votos. O CNA tinha 40,82%, o que elimina matematicamente a possibilidade que ultrapasse os 50% necessários para governar sem precisar de coalizões A comissão que conduz o processo eleitoral afirmou que os resultados finais serão anunciados até domingo este domingo (2).
Todos os partidos indicaram que esperariam os números finais antes de entrar no debate sobre coalizão. A partir de agora, o foco concentra em quem o ANC poderia abordar para governar, em conjunto, a economia sul-africana, caso perca os votos da maioria.
TEMOR NO GOVERNO
Com a derrota do ANC, a atual gestão do presidente Cyril Ramaphosa se complica, já que para eleger um chefe do Executivo, os sul-africanos votam em partidos nas eleições e, só depois, o presidente é escolhido no Parlamento. Em caso de derrota, o governista precisaria da ajuda de outros partidos para reeleger Ramaphosa em um eventual segundo mandato.
Na disputa, há três outros principais partidos, os quais são oposição centrista, sendo eles a Aliança Democrática, os Combatentes da Liberdade Econômica de extrema esquerda e o novo Partido MK liderado pelo ex-presidente da África do Sul, Jacob Zuma.