O presidente da Bolívia, Luis Arce, negou nesta quinta-feira (27) ter armado para dar "um autogolpe" com o general que liderou o levante militar, como afirmou o oficial antes de sua captura.
"Como poderia ser uma instrução ou um planejamento de um autogolpe? [...] Ele agiu por conta própria", disse o presidente boliviano à imprensa.
TENTATIVA DE GOLPE
Em sua primeira aparição pública desde a noite de quarta-feira, quando deu por superada a tentativa golpista, Arce se defendeu das acusações do general Juan José Zúñiga, o destituído comandante do Exército.
Segundo o ex-chefe militar, Arce pediu-lhe no domingo "preparar algo para levantar sua popularidade" e deu seu aval para que "mandassem os blindados".
"Ele alega que eu teria instruído para ganhar um pouco de popularidade. Lamentavelmente para ele, e ficou demonstrado, que eu não sou um político que vai ganhar popularidade com o sangue do povo", disse o presidente boliviano.
'TENTATIVA INDIGNANTE'
Arce acrescentou que considera "indignante" que Zúñiga tenha tentado "me envolver como justificativa de suas ações e apetites talvez pessoais".
O general comandou o cerco que por várias horas foi realizado por tropas e tanques à sede presidencial.
Finalmente, as tropas se retiraram e o general foi detido junto com o comandante da Marinha, Juan Arnez.
Além dos oficiais de alto escalão, foram detidos outros 15 militares em atividade, na reserva e civis por sua suposta participação na fracassada tentativa de golpe militar.