SAÚDE

Vacinação infantil no mundo estagna, alerta ONU

Em 2023, 84% das crianças receberam três doses da vacina contra a difteria, tétano e coqueluche. A taxa era de 86% em 2019, antes da pandemia

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AFP

Publicado em 15/07/2024 às 8:22
Disparidades na cobertura de vacinação favorecem o desenvolvimento de doenças como o sarampo - MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

As taxas de vacinação infantil no mundo estão estagnadas e ainda não recuperaram os níveis anteriores à pandemia de covid-19, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira (15).

Em comparação com o nível de 2019, mais 2,7 milhões de crianças não foram vacinadas ou foram vacinadas de forma incompleta em 2023, de acordo com uma declaração conjunta do Unicef e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Os últimos números demonstram que muitos países continuam desassistindo muitas crianças", lamentou a diretora-executiva do Unicef, Catherine Russell.

Em 2023, 84% das crianças, ou seja, 108 milhões, receberam três doses da vacina contra a difteria, tétano e coqueluche (DTaP), sendo a terceira dose um indicador crucial da cobertura mundial de vacinação, segundo dados publicados pelas agências de saúde e de infância da ONU.

Essa porcentagem não mudou desde o ano passado, o que significa que os modestos avanços observados em 2022, depois da forte queda devido ao covid-19, foram interrompidos, apontam as organizações.

A taxa era de 86% em 2019, antes da pandemia.

"Estamos atrasados", admitiu à imprensa Kate O'Brien, responsável pela vacinação na OMS.

Em 2023, 14,5 milhões de crianças no mundo eram consideradas "zero dose", ou seja, não haviam recebido nenhuma dose da vacina, um número em aumento desde os 13,9 milhões em 2022 e os 12,8 milhões em 2019, segundo os dados publicados nesta segunda.

A metade das crianças não vacinadas no mundo vivem em 31 países afetados por conflitos.

6,5 milhões de crianças no mundo não receberam sua terceira dose da vacina DTAP, necessária para assegurar a proteção contra doenças em lactantes e crianças pequenas.

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Essas disparidades na cobertura de vacinação favorecem o desenvolvimento de algumas doenças como o sarampo.

"Os surtos de sarampo são um sinal de alerta, que revelam lacunas existentes na vacinação e atingem os mais vulneráveis", declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no comunicado.

Em 2023, 83% das crianças no mundo receberam sua primeira dose da vacina contra o sarampo através dos serviços de saúde básicos, o mesmo nível que em 2022, mas ainda abaixo dos 86% antes da pandemia.

Mais de 300.000 casos de sarampo foram registrados em 2023, quase três vezes mais que o ano anterior, destacou Ephrem Lemango, responsável de vacinação no Unicef.

Pelo menos 103 países experimentaram surtos nos últimos cinco anos.

No entanto, 91 países, com uma sólida cobertura de vacinação contra o sarampo, não experimentaram nenhum.

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