As cotações do petróleo fecharam em forte baixa nesta segunda-feira (19) diante dos avanços diplomáticos para uma eventual trégua em Gaza, que reduzem o prêmio de risco geopolítico sobre o preço da commodity.
O barril Brent do Mar do Norte, negociado em Londres para entrega em outubro, caiu 2,53%, para 77,66 dólares. Já o West Texas Intermediate (WTI), de referência no mercado americano e com vencimento em setembro, recuou 2,97%, para 74,37 dólares.
O mercado começou o dia com más notícias diante da uma queda de quase 30% em 12 meses dos investimentos estrangeiros diretos (IED) na China em julho.
O IED vem se contraindo a cada mês desde junho de 2023 na China, com um aprofundamento este ano. Em volume, no segundo trimestre do ano, este registro teve a maior queda já observada.
A esse dado se acrescenta uma série de maus indicadores para a China nos últimos meses, em particular sobre atividade industrial manufatureira, setor imobiliário e desemprego, que registra um leve aumento.
"Os sinais de uma demanda sem vigor se acumulam", destacou John Kilduff, da consultoria Again Capital, em relação à China. "Vendo os dados que recebemos, vai piorar."
Depois deste começo de sessão, o mercado de petróleo caiu com força com as notícias sobre as negociações para uma trégua em Gaza.
O secretário de Estado americano Antony Blinken indicou nesta segunda-feira (19) que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, "confirmou" que seu país aceita o plano dos Estados Unidos para uma trégua.
"O prêmio de risco geopolítico vai diminuindo pouco a pouco e, sem as preocupações vinculadas ao Oriente Médio, poderíamos nos aproximar de um barril a 70 dólares", opinou Kilduff sobre o WTI.
Para esse analista, apenas a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados na Opep+ podem evitar uma queda ainda maior dos preços.