ELEIÇÃO NA VENEZUELA

Brasil e Colômbia defendem 'normalização política' na Venezuela, mas criticam sanções

Brasil e Colômbia afirmam também que, como "países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região", mantêm abertos canais

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Estadão Conteúdo

Publicado em 24/08/2024 às 21:19
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o presidente brasileiro, Lula - RICARDO STUCKERT / PR

O governo brasileiro divulgou agora na noite deste sábado uma declaração conjunta de Brasil e Colômbia, após os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro terem mantido, na sexta-feira (23) e neste sábado, 24, conversas telefônicas sobre as eleições presidenciais na Venezuela.

"Ambos os presidentes permanecem convencidos de que a credibilidade do processo eleitoral somente poderá ser restabelecida mediante a publicação transparente dos dados desagregados por seção eleitoral e verificáveis", diz a nota conjunta.

"A normalização política da Venezuela requer o reconhecimento de que não existe uma alternativa duradoura ao diálogo pacífico e à convivência democrática na diversidade", acrescenta o texto. "Os dois presidentes conclamam todos os envolvidos a evitar recorrer a atos de violência e à repressão."

ATO DEMOCRÁTICO EM PROL DE DITADURA

Brasil e Colômbia afirmam também que, como "países vizinhos diretamente interessados na estabilidade da Venezuela e da região", mantêm abertos seus canais de comunicação com as partes, reiterando "disposição de facilitar o entendimento entre elas".

"Brasil e Colômbia tomam nota da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre o processo eleitoral. Reiteram que continuam a aguardar a divulgação, pelo CNE, das atas desagregadas por seção de votação", acrescenta o comunicado. A CNE é a comissão nacional eleitoral da Venezuela.

A declaração conjunta manifesta também "total oposição à continuada aplicação de sanções unilaterais como instrumento de pressão". Brasil e Colômbia, observa o comunicado, "compartilham o entendimento de que sanções unilaterais são contrárias ao direito internacional e prejudicam a população dos países sancionados, em especial as camadas mais vulneráveis".

 

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