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Zelensky desafia a Rússia no Dia da Independência da Ucrânia

Presidente ucraniano prometeu que Rússia sofrerá retaliações por ter invadido o seu país e promulgou lei que proíbe a Igreja Ortodoxa ligada a Moscou

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AFP

Publicado em 24/08/2024 às 16:24
O presidente ucraniano instou nesta terça-feira (11) as potências ocidentais a ajudarem a Ucrânia com um "escudo antiaéreo" - HANDOUT / UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE / AFP

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu neste sábado (24) que a Rússia sofrerá "retaliações" por ter invadido o seu país e promulgou uma lei que proíbe a Igreja Ortodoxa ligada a Moscou, em atos que marcaram o 33.º aniversário da independência da ex-república soviética.

Zelensky participou das celebrações do aniversário da independência na praça Santa Sofia, em Kiev, ao lado do presidente polonês, Andrzej Duda, e da primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, dois importantes aliados da Ucrânia contra a Rússia.

O presidente revelou que as forças ucranianas testaram com sucesso uma nova arma, o míssil drone "Palianytsia", "muito mais rápido e poderoso" do que os atualmente disponíveis.

Rússia e Ucrânia anunciaram neste sábado a troca de 230 prisioneiros de guerra, 115 de cada lado, entre eles, soldados capturados pelas forças ucranianas na região de Kursk.

Segundo o comissário ucraniano para os direitos humanos, Dmytro Lubinets, 82 dos 115 prisioneiros recuperados por Kiev participaram da defesa da fábrica Azovstal durante o cerco russo a Mariupol em 2022, um marco na guerra que começou com a invasão russa em fevereiro daquele ano.

Os Emirados Árabes Unidos, que atuaram como mediadores da troca, apelaram a uma "desescalada" como "única forma de resolver o conflito". 

Zelensky também promulgou uma lei que proíbe as atividades da Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscou, que durante muito tempo foi a principal do país.

Esta denominação cristã cortou os laços com Moscou em 2022, mas as autoridades ucranianas continuaram a considerá-la sob influência russa e multiplicaram as ações legais que levaram à prisão de dezenas de padres.

"Os ortodoxos ucranianos hoje dão um passo para se libertarem dos demônios de Moscou", declarou Zelensky.

O patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Cyril, acusou as autoridades ucranianas de "perseguir" os fiéis e pediu aos líderes de outras confissões cristãs e organizações internacionais que "levantem suas vozes em defesa dos fiéis perseguidos". 

A ofensiva ucraniana na região russa de Kursk levou as hostilidades ao território do agressor, mas o epicentro dos combates continua sendo a bacia do Donbass, leste da Ucrânia, onde as tropas russas são mais equipadas e numerosas.

As forças de Moscou se aproximam de Pokrovsk, um importante centro logístico com cerca de 53.000 habitantes, cujas autoridades apelaram à evacuação urgente.

Um bombardeio russo matou 5 pessoas e feriu outras 5 neste sábado em Kostiantinivka, outra grande cidade da região, informou o Ministério Público ucraniano.

A Ucrânia também indicou que bombardeou um depósito de munições na região de Voronezh, no oeste da Rússia. Autoridades locais russas relataram ataques de drones e a evacuação de uma cidade.

A Ucrânia afirma que sua incursão busca criar uma "zona de segurança", forçar Moscou a redistribuir forças de outras frentes, além de usar essas regiões como moeda de troca em possíveis negociações de paz.

A ofensiva em Kursk, contudo, não parece até agora ter aliviado a pressão russa no leste da Ucrânia.

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