Dos quase 1,5 milhão de novos empregos gerados em 2023, perto de 1,2 milhão vieram de micro e pequenos negócios, de acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os dados vieram do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que aponta o movimento de vagas formalizadas pela CLT. Embora com faturamentos maiores, a médias e grandes empresas responderam por apenas 14% dos postos de trabalho abertos, o equivalente a cerca de 210 mil vagas. A informação divulgada pelo Sebrae ressalta a participação dos pequenos empreendedores na economia nacional, na ótica dos empregos, uma vez que são responsáveis por mais de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB), e mais da metade dos empregos existentes, representando mais de 90% das empresas no país.
Levando-se em conta os anos recentes, o resultado não surpreende: é o terceiro ano seguido que as micro e pequenas empresas abrem a maior parcela das novas vagas em todo o território brasileiro. Destaque para o setor de serviços, que sozinho criou 631 mil postos de trabalho. No comércio foram 263 mil vagas, e na construção civil, 180 mil – todas relativas aos empreendimentos de pequeno porte. O Sebrae chama a atenção para o fato de que em nenhum mês do ano passado, os micro e pequenos negócios tiveram saldo negativo de empregos. O que demonstra, mais uma vez, a força dos pequenos e sua relevância estratégica para o desenvolvimento. E expressa, em números, o acerto de políticas públicas e incentivos privados na abertura e consolidação dos micro e pequenos empreendimentos.
Atividades relacionadas à alimentação e bebidas tiveram um bom desempenho em 2023, puxando contratações que se traduzem em benefícios para a população, e incremento relacionado ao turismo, dinamizando as economias locais. Outra boa notícia é que no ano passado, menos empregos foram fechados do que em 2022: 430 mil vagas, em comparação com 455 mil no ano anterior. A diferença não foi tanta, porém traz a expectativa de manutenção da perspectiva de crescimento da economia, sobretudo com o impulso aos micro e pequenos negócios.
A força de trabalho dos empreendimentos de pequeno porte nos últimos anos dá a dimensão da capacidade criativa e produtiva dessa fatia econômica e social no Brasil. Cada novo negócio traz um sonho de realização, independência e inserção na sociedade. A multiplicação do empreendedorismo tem como efeito a geração de empregos por todo o país, alavancando setores, aproveitando vocações dos indivíduos e dos lugares, sendo indispensável componente de estímulo às economias municipais e estaduais. Nesse aspecto, quanto melhor o ambiente de negócios, em uma cidade ou estado, maiores as condições para a abertura de empresas e de postos de trabalho, proporcionando novas relações econômicas e disposições sociais. Nessa história, por sinal, o protagonismo do Sebrae é indiscutível, formando profissionais e orientando empreendedores para o êxito de micro e pequenos negócios.