Um pacto formado por 11 entidades públicas e privadas irá desenvolver uma campanha em todo o país com a finalidade de conscientizar motoristas, pedestres e usuários das rodovias, em geral, para a importância da observação da responsabilidade nas práticas e escolhas realizadas nos deslocamentos. A prevenção como foco para salvar vidas é uma necessidade, diante de números alarmantes que se repetem ano após ano nas estradas brasileiras. Somente em 2023, foram anotados mais de 68 mil sinistros de trânsito nas rodovias federais. É muito sofrimento e prejuízo, que podem ser evitados com a difusão da cultura da segurança, com o predomínio da prudência ao invés da pressa e da desatenção.
A comunicação maciça com esse propósito será disseminada em pontos físicos, ao longo das estradas, e nas vias da informação virtual, como as redes sociais e portais de notícias. A mudança comportamental requerida para elevar o grau de segurança também poderá melhorar a qualidade da mobilidade, através da perspectiva de menos riscos em cada viagem. É claro que, para tanto, os gestores públicos precisam igualmente colaborar, cumprindo os cronogramas de obras de manutenção, reparo e sinalização, providências sem as quais a prevenção se torna complicada em qualquer lugar do mundo. No Brasil, o comportamento na gestão também precisa ser transformado, incorporando a precaução que, além de poupar vidas, poupa recursos preciosos dos cidadãos, quando os serviços têm que ser feitos após o acúmulo de problemas – e sinistros que vêm junto.
Para que as escolha nas rodovias seja responsável, os temas a serem abordados na campanha são específicos, tratando de questões causadoras dos sinistros. Na lista, figuram a proteção do pedestre, a saúde do caminhoneiro, a relação entre sono e direção, os riscos de parada em acostamento, a mistura temerária entre celular e direção, e a atenção para a proteção do ciclista, que faz cada vez mais parte dos trajetos nas estradas, assim como estão nas áreas urbanas, com ou sem faixas exclusivas para travessia. A campanha é uma das ações previstas em uma frente de trabalho ampla, que pretende mobilizar a população e cobrar os governos com o intuito de salvar vidas.
Integram o pacto pela segurança viária a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR); a Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans); a Associação Brasileira de Segurança Viária (ABSeV); a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT); a Infra S.A.; o Instituto Nacional de Projetos para o Trânsito e Segurança (Inprotran); o iRAP; o Ministério dos Transportes; o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Espera-se que a composição possa se ampliar, juntando os estados e os municípios no esforço conjunto pela qualificação da mobilidade no país, tanto com um novo comportamento das pessoas que utilizam as estradas, quanto no modelo de gestão do transporte rodoviário.