O Hospital de Campanha de Paulista, no Grande Recife, foi entregue às 10h desta segunda-feira, 11, com 60 leitos de retaguarda para acolher vítimas da covid-19, vinte dias após o início da estruturação. Localizado no clube do Nobre, no bairro de mesmo nome, foram investidos R$ 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) para a estruturação do centro médico, que funcionará sob regulação do Estado de Pernambuco. O município somava 55 óbitos e 877 casos confirmados do novo coronavírus até 21h desse domingo, 10, em um universo de 330 mil habitantes, segundo estimativa de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os leitos de retaguarda são utilizados para liberar leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), quando os pacientes apresentam melhora. "O hospital é todo construído e idealizado, estrategicamente para atender os pacientes da covid-19, ele é montado para este momento, e foi idealizado a partir desta necessidade de leitos de retaguarda no município", explicou a secretária de Saúde, Fabiana Bernart.
A secretária relatou que a manutenção do equipamento custa cerca de R$ 1,2 milhões, e o mesmo valor foi usado para construí-lo. “[A manutenção do] hospital custa entre R$ 1,2 milhões a R$ 1,5 milhões por mês, e cerca de R$ 1,2 milhões foi utilizado para estruturá-lo, englobando infraestrutura, contratação de profissionais, material e equipamentos”, disse Bernart.
Recursos do Governo Federal e do Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade, do Ministério de Saúde, foram destinados à obra, de acordo com a gestora da pasta. “Recebemos um repasse que veio do Governo Federal para Governo Estadual e este entregou aos municípios uma renda de R$ 2 per capita, resultado em R$ 667 mil para Paulista. Além disso, recebemos do Ministério Saúde uma parcela a mais do teto MAC no valor de R$ 1,5 milhões”.
Fabiana destaca que o município também recebeu R$ 500 mil por duas emendas parlamentares para a luta contra o coronavírus, sendo uma de R$ 300 e outra de R$ 200. “Ainda ganhamos duas emendas parlamentares no valor de 500 mil que, apesar de não serem específicas para a covid-19, vamos destinar para isso.”
O investimento na saúde do município para a pandemia do novo coronavírus foi, segundo a secretária, de R$ 2,5 milhões. “Paulista investiu inicialmente R$ 2 milhões e meio na aquisição de três novas ambulâncias para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), na locação de duas outras ambulâncias para estruturação da rede, na aquisição de R$ 500 mil em EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), para manter os serviços de forma qualificada, e fizemos compra para aquisição de novos equipamentos que possam dar suporte para retaguarda de vida”, expôs Bernart.
A prefeitura afirmou que, apesar dos leitos do hospital serem regulados pelo Estado, pretende garantir que pelo menos 50% das vagas sejam destinadas aos pacientes do município.
“A abertura dos leitos é destinada para os munícipes de Paulista, mas em um momento de pandemia não negaremos atendimento. Entramos em contato com a regulação estadual e queremos destinar parte dos leitos para urgência, se necessário, e vamos regulando aos poucos, para que a gente possa sentir como isso se comporta enquanto vamos fazendo um diálogo com o Estado de Pernambuco para tentar priorizar o paciente de Paulista", explicou a secretária.
A saúde do Paulista informou, por meio de nota, que já realizou duas seleções públicas para a contratação de profissionais temporários para atuarem na nova estrutura hospitalar, mas que ainda encontra dificuldades para a contratação de médicos. Das 14 vagas disponíveis, apenas 10 foram preenchidas.
"A seleção ainda está aberta, a gente vem afastando alguns profissionais de saúde por motivo de doença e precisamos repor, principalmente, o quadro médico. Tanto o serviço de urgência, quanto o hospital ainda estão necessitando de profissionais e estamos aguardando o preenchimento dessas vagas para que a gente possa compor a equipe qualificada do hospital", disse Fabiana.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.