Igrejas do Recife celebram missas neste domingo após reabertura

Igrejas de Boa Viagem e do Espinheiro receberem centenas de fiéis nas missas deste domingo (28), véspera de São Pedro, obedecendo as restrições de ocupação e distanciamento
JC
Publicado em 28/06/2020 às 14:38
Locais precisarão obedecer as novas restrições, válidas desta quarta-feira (3) até o dia 17 de março Foto: Jailton Júnior/JC Imagem


Atualizada às 15h22

Apesar do governo de Pernambuco ter autorizado a reabertura de igrejas e templos religiosos desde a última segunda-feira (22), as igrejas católicas só retornaram totalmente as suas atividades neste sábado (27). Neste domingo (28), véspera de São Pedro, centenas de fiéis compareceram às missas no Recife, e tiveram que obedecer uma série de restrições, como a ocupação de apenas 30% da capacidade das igrejas, uso obrigatório de máscara e distanciamento entre os fiéis. 

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A missa na Igreja Matriz de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, ocorreu de portas fechadas. Para garantir a participação, os fiéis precisaram fazer inscrição para o e-mail da paróquia. Os bancos obedeciam o distanciamento e o uso obrigatório das máscaras eram obedecido até mesmo pelo padre. 

Na Igreja do Espinheiro, na Zona Norte da capital pernambucana, agentes pastorais mediam a temperatura e forneciam álcool em gel para a higienização das mãos de todos os fiéis que adentravam no local. Apenas 300 dos cerca de 1000 lugares estavam disponíveis. No chão da igreja havia sinalizações de distanciamento. 

"Estamos procurando obedecer as regras, tanto do governo como da Arquidiocese, fazendo a higienização da igreja, orientando os fieis para estarem sempre de máscara, procurando distanciamento e graças a Deus as pessoas estão correspondendo", afirmou o pároco da igreja, Frei Luiz Nunes. As máscaras ainda causam estranheza, mas o frei reconhece a necessidade. "É algo estranho ainda para todos nós, mas se é para defender a vida, que venham todos os elementos, porque a vida é mais importante que qualquer coisa", completa o Frei. 

Apenas pessoas da mesma família tinham autorização para sentar lado a lado. Foi o caso do casal de médicos Imaculada Tenório e Sérgio Negromonte, que costumavam assistir às missas online, mas sentiam falta de estar presentes no ambiente da igreja.  "A alegria é muito grande. Nada como voltar fisicamente à casa de Deus. Eu senti uma emoção muito forte em estar aqui hoje nesse domingo e voltar a frequentar a igreja", disse Sérgio. "É estranho porque sempre o volume de pessoas é muito maior, mas como cristã eu tenho fé que tudo vai voltar ao normal.", afirmou Imaculada.  

O Frei Luiz Nunes comemorou o retorno dos fiéis, ainda que em número reduzido. "É uma alegria muito grande. Ontem foi a nossa primeira missa depois dessa quarentena e a gente tem visto no rosto dos fiéis uma felicidade por agora poder se aproximar da eucaristia, celebrar a palavra de Deus, poder comungar o corpo de Cristo, e para nós padres é uma alegria imensa, porque a alegria do padre é estar com o povo", disse. 

Cautela

A Arquidiocese de Olinda e Recife determinou a volta das celebrações apenas neste sábado (27) para que houvesse tempo para as 143 paróquias vinculadas a ela se preparassem para o cumprimento das regras da reabertura. 

O arcebispo Dom Fernando Saburido decidiu abrir uma exceção e autorizou as igrejas dedicadas a São João Batista fizessem celebrações ao seu padroeiro na última quarta-feira (24), dia de São João. Realizaram missas naquele dia as paróquias de São João em Pombos e Vitória de Santo Antão e a do bairro do Sancho, no Recife. 

Veja as regras da reabertura das igrejas católicas

É importante lembrar que pessoas que fazem parte do grupo de risco (maiores de 60 anos, gestantes e pessoas com comorbidades), além de crianças menores de 10 anos devem permanecer em casa e acompanhar as celebrações por meios de comunicação como rádio, televisão e internet. A regra do grupo de risco para a covid-19 também vale para os sacerdotes. Além das pessoas mais vulneráveis, a arquidiocese orienta fiéis que estejam se sentindo doentes a permanecerem em casa.

As igrejas devem fixar cartazes em locais visíveis com as regras de distanciamento e de higiene, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e ter equipes de acolhida para auxiliarem no cumprimento das normas de proteção. As portas dos templos devem ficar abertas, e a saída deve ser, preferencialmente, separada da entrada da igreja.

Na entrada das igrejas, é obrigatória a higiene de mãos com álcool em gel e só é permitido adentrar o templo utilizando máscaras descartáveis ou artesanais. As pias de água benta estarão vazias, e as missas terão público limitado a 30% de sua capacidade. A Arquidiocese também estimula que as igrejas utilizem espaços externos para celebração de missas quando possível.

Durante a missa, não serão distribuídos folhetos litúrgicos nem folhas de cânticos. Os recipientes para recolher a coleta também não passarão no momento do ofertório, mas na saída da igreja, por uma equipe responsável. No momento da comunhão, os fiéis deverão respeitar o distanciamento e seguir as normas de higiene de mãos e retirada de máscaras, que não devem ser deixadas em cima de bancos ou cadeiras. A comunhão será dada nas mãos ao fiel.

Na saída da igreja, o distanciamento também deverá ser respeitado e não serão permitidas aglomerações em frente ao templo. Após a missa, será feito o arejamento da igreja durante pelo menos 30 minutos e os pontos de contato contato (vasos sagrados, livros litúrgicos, objetos, bancos, puxadores e maçanetas das portas, instalações sanitárias) devem ser higienizados.

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