*Atualizada às 19h33
O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a prisão preventiva do major da Polícia Militar e do policial penal envolvidos em um tiroteio em um bar no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no sábado (5). Durante a troca de tiros, cinco pessoas ficaram feridas e duas morreram.
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O policial militar José Dinamérico Barbosa da Silva Filho e o policial penal Ricardo de Queiroz Costa já haviam sido autuados e presos em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil. No domingo (6), porém, durante audiência de custódia o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques converteu a prisão em preventiva.
De acordo com o último boletim de saúde, Ricardo Costa estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Joana. O PM está no Real Hospital Português, também na UTI. Ambos estão sob custódia policial.
O major Dinamerico, conforme a unidade de saúde, está com uma bala alojada próxima à coluna vertebral torácica. No domingo, ele foi submetido a uma cirurgia. "Está na UTI, hemodinamicamente estável, em respiração espontânea, com medicações para controle de dor. Sem previsão de alta até o momento", informa boletim médico.
Segundo a Polícia Civil, ao receberem alta, os suspeitos serão encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, Zona Oeste do Recife, para prestar depoimento. De lá, o PM deve ser encaminhado ao Centro de Reeducação da Polícia Militar (Creed), em Abreu e Lima, no Grande Recife, enquanto o policial penal deve ir para o Centro de Triagem (Cotel), no mesmo município.
A confusão aconteceu no Bar do Primo, localizado na Rua Professor José Brandão. Houve uma discussão entre um major da PM, chamado Dinamérico, e um policial penal, identificado como Ricardo, dando início ao tiroteio. Ambos ficaram feridos. Pelo menos sete viaturas foram enviadas ao local. Policiais do 19º Batalhão aprenderam, no bar, três pistolas, quatro carregadores de pistolas e 39 balas (24 munições de calibre 9mm e 15 de calibre 380.).
Na ocorrência, sete pessoas foram atingidas pelos disparos. Um homem faleceu no local e outro veio a óbito em uma unidade hospitalar, para onde foi socorrido. Os mortos eram clientes do bar e, segundo testemunhas, não estavam envolvidos na briga. Eles foram o corretor Ekel de Castro Pires, 62 anos, e o empresário Cláudio Bezerra Bandeira de Melo Sobrinho, 57.
Outras cinco pessoas, incluindo os suspeitos de efetuarem os disparos, foram hospitalizadas em unidade de saúde do Recife. O policial penal levou três tiros. Uma das balas perfurou bexiga e intestinos. O major levou um tiro e segundo um colega da corporação, a bala está alojada na coluna e os médicos do Hospital Português, para onde foi levado, avaliam se precisará de cirurgia. Mas não corre risco de morrer.
Na mesma unidade de saúde estão dois clientes do bar que acabaram atingidos pelas balas: Eduardo Bernardo Gomes Insfran, 55; e Eva Valéria Alves do Nascimento, 55, ambos estáveis, sem gravidade. Os dois não tinham envolvimento com os homens que participaram da briga. Eduardo é filho do cônsul do Paraguai, Guillermo Insfran.
O quinto ferido é George Mauro de Carvalho Vasconcelos, 70 anos. Ele é cliente e estava na mesma mesa que Ekel e Claudio, os dois que morreram. Está internado no Hospital da Restauração (HR) em estado grave, segundo último boletim da unidade de saúde. O idoso levou um tiro no rosto, perto do olho. O paciente continua em observação no hospital após a cirurgia realizada na noite de sábado. Permanece sem previsão de alta hospitalar.