A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) montou uma estratégia, que entra em vigor às 5h desta quinta-feira (26), que promete diminuir o intervalo médio entre os trens na Linha Sul de 25 para 12 minutos. Normalmente, o tempo de intervalo é de 10 minutos, no entanto, um desalinhamento na Estação Largo da Paz, na última sexta-feira (20), fez com que a linha operasse em via singela (quando apenas uma via é usada pelos trens nos dois sentidos), o que provocou atrasos.
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A estratégia utiliza dois trens pendulares que ficarão trafegando exclusivamente no trecho entre as estações Recife e Largo da Paz. Assim, os passageiros que vierem das demais estações da Linha Sul, precisarão descer na Estação Largo de Paz e pegar o novo trem pendular.
"A gente fez estratégia ontem, montando com o pessoal da operação e com autorização do superintendente Carlos Ferreira, e o teste deu certo. A superintendência pediu para a gente fazer de imediato, porque vai melhorar a vida das pessoas e é fundamental. Com a ordem, a partir de amanhã, todos os trens de Cajueiro Seco até Largo da Paz vão desembarcar aqui. Dois trens vão ficar circulando do Recife a Largo da Paz, trazendo as pessoas, e essa estação vai ser de transferência", explicou o gerente de comunicação da CBTU Recife, Salvino Gomes.
A previsão para a resolução do problema ocasionado pelo descarrilamento do trem será anunciada pela CBTU na próxima sexta-feira (27). A companhia está finalizando a reconstrução da via que foi danificada, de cerca de um quilômetro, na Linha Sul. Por enquanto, continuam os trabalhos de troca das estruturas que compõem os trilhos.
"O serviço é muito minucioso, muito técnico e envolve a segurança, e foi essa segurança que não ocasionou um problema maior com o desalinhamento desse rodeiro desse trem, e a gente vai contar com esse nível de padrão de segurança internacional. Até sexta-feira a gente vai dar uma previsão porque nesse andamento de semana que vamos ver quantos dormentes e presilhas foram trocadas, quanto da questão de nivelamento de via foi feito, para a gente dar uma previsão mais exata. Assim que terminar esse serviço, a população pode ficar tranquila que no outro dia a gente já vai voltar com todas as estações normalmente e vai acabar essa estação de transferência em Largo da Paz, que é provisória", garantiu o porta-voz.
Reforço de ônibus
Devido ao descarrilamento, o Grande Recife Consórcio de Transporte disponibilizou ônibus extras nos terminais Cabo, Cajueiro Seco e Tancredo Neves na sexta (20), entre as Estações Largo da Paz e Joana Bezerra. O reforço segue nesta segunda (23). "O Consórcio destaca que estes coletivos entram em operação de acordo com a demanda dos usuários, uma vez que o metrô continua operando normalmente, apenas com intervalos maiores. Fiscais do Grande Recife também estarão acompanhando a operação nos terminais para possíveis ajustes na operação dos ônibus, caso necessário, uma vez que a capacidade de transporte de um metrô é muito maior que a de um coletivo."
Desalinhamento
Na sexta-feira, o terceiro vagão dos quatro que fazem parte da composição de um trem não conseguiu alinhar corretamente aos trilhos ao chegar na plataforma e cedeu levemente, gerando o princípio de descarrilamento. Segundo a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU Recife), o trem conseguiu se manter na plataforma e os passageiros desembarcaram com segurança, sem vítimas acidentadas.
Técnicos chegaram ao local para apurar as causas do incidente, sem previsão de conclusão da perícia. O grupo não descarta que o má funcionamento tenha sido provocada por vandalismo. "Pode ter sido problema com trem, questão com trilho, pode ter sido uma situação de roubo de presilha - última possibilidade que a gente está trabalhando", contou o gerente de comunicação da CBTU Recife, Salvino Gomes.
De acordo com o representante, a situação é inédita. "Em 35 anos, nunca vi uma ocorrência dessa", comentou.
Aumento de passagem
Em março deste ano, a passagem do metrô chegou a R$ 4. O reajuste fez parte de uma série de seis aumentos escalonados que tiveram início em abril de 2019, quando o bilhete deixou de custar R$ 1,60. Somados, os acréscimos significaram uma alta de 150% no preço. À época, a CBTU justificou que a atualização evitaria a paralisação do sistema, que operava em déficit financeiro. O valor não era atualizado havia seis anos.
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