Pastor e amante são presos por suspeita de assassinato da mulher do religioso
O crime aconteceu no Estado de Santa Catarina, onde foi preso o pastor. A amante dele, pernambucana, foi presa no Recife
A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, na manhã desta quinta-feira (22), no Recife, duas pessoas por suspeita de participar do assassinato da mulher de um pastor no município de Itajaí, em Santa Catarina. O crime ocorreu no último dia 8 de abril, e o marido da vítima, identificada como Mariane Kelly Souza, 35, é o principal suspeito de arquitetar a morte. Ele também foi preso nesta quinta, em Itajaí. A mulher foi morta a golpes de faca.
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Em Pernambuco, a ação foi coordenada pelo delegado Cláudio Castro. Segundo o gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), no Recife foram presos a amante do pastor, que é pernambucana, e o genro dela.
De acordo com o delegado, a pernambucana e o pastor estariam tendo um caso há aproximadamente três anos. Os dois moravam no mesmo terreno com seu marido e esposa, respectivamente. "O pastor tinha um caso extraconjugal com uma pernambucana há cerca de três anos, que também é casada. A pernambucana morava no andar de cima com seu marido, um sobrinho e uma irmã. Embaixo moravam o pastor com sua esposa e a filha", contou.
Segundo Castro, a casa principal pertencia à pernambucana, mas há aproximadamente um ano o pastor teria recebido um dinheiro referente à uma rescisão de contrato e comprado o imóvel. "Então, o pastor, junto com a pernambucana, começou a tramar a morte da Mariane, porque eles iriam ficar juntos de vez, ficar com a casa, com os objetos. Felizes para sempre, como um conto de fadas. Só que o conto de fadas se transformou num crime horrendo, com requintes de crueldade", disse.
A dinâmica do crime
O coordenador da ação que culminou na prisão das duas pessoas detalhou como o crime aconteceu. Segundo ele, o pastor e amante chamaram o genro e o sobrinho dela para participar do assassinato, prometendo uma quantia de R$ 2.500 a cada um.
"No dia oito [de abril] eles executaram o crime. De que forma: todos os dias o pastor ia buscar a sua esposa no trabalho, no final da tarde. Ela trabalhava em uma cafeteria, e ele utilizava o carro da sua amante. Nesse dia (do crime) eu não sei dizer qual foi o argumento que ele deu para sua esposa para que não fosse buscar, mas quem foi dirigindo o carro, segundo os depoimentos, foi a própria pernambucana. No carro estavam o genro dela e o sobrinho", relatou.
Após embarcar no banco do passageiro do veículo, a vítima sofreu uma tentativa de sufocamento. "O adolescente, com uma bucha, um pedaço de pano, com uma substância química, tentou asfixiá-la. Mas ele não conseguiu. Ela começou a se debater no carro. Então, os dois que estavam no banco traseiro do carro conseguem puxá-la para trás, e aí o genro da pernambucana, que estava em posse de uma faca, começa a desferir golpes nela. Foram um total de 27 golpes. No rosto, no pescoço, até que ela morre", detalhou.
Em seguida, o corpo, com as mãos e pés amarrados, foi jogado no Rio Itajaí-Açu, no município de Navegantes.
À polícia, o pastor, que estava em casa no momento do crime, segundo o delegado, alegou que a esposa tinha desaparecido após entrar em um carro de aplicativo. "O marido conta uma versão na delegacia, criando um factoide, que a esposa tinha desaparecido, que a última vez que ela foi vista foi entrando em um carro desconhecido, de aplicativo. Mas a polícia não acreditou nessa versão e começou a investigar. E o cerco foi se fechando para esse time. E o que o pastor resolve fazer: fugir, a pernambucana imediatamente já veio para o Recife e, posteriormente, a filha dela com o genro, o sobrinho, e a mãe dele, que estavam lá, vieram para o Recife", informou.
No Recife, as prisões ocorreram no bairro de Santo Amaro, área central, e em Afogados, Zona Oeste. Em Santa Catarina, o pastor, que estava escondido em uma igreja, foi preso em Itajaí.
A mulher foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no bairro da Iputinga, também na Zona Oeste, e o homem levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. O delegado explicou que, agora, cabe à Justiça de Santa Catarina decidir se eles serão transferidos.
O Jornal do Commercio entrou em contato com a Polícia Civil de Santa Catarina e aguarda retorno.