Polícia divulga atestado de óbito da pernambucana Patrícia Roberta, que foi assassinada em João Pessoa
A jovem foi encontrada morta enrolada em um saco plástico na última segunda-feira (27). O corpo estava em uma área de mata
com informações do NE10 Interior
A polícia divulgou, nesta quinta-feira (29), o atestado de óbito da pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22, que foi encontrada sem vida na última segunda-feira (27) na cidade de João Pessoa, Paraíba. As investigações a respeito do caso seguem sob sigilo.
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No documento, a polícia informa que a causa é "morte a determinar". A perícia inicial aponta que Patrícia morreu por asfixia mecânica por esganadura. O laudo da perícia deve ser concluído em dez dias.
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Suspeito diz ser inocente
O suspeito de assassinar a jovem de 22 anos afirmou ser inocente em uma mensagem que estava em posse de um amigo do tatuador Jonathan Henrique Conceição dos Santos, 23. A coluna Ronda JC teve acesso a uma reprodução do bilhete, que foi escrito em caneta.
"Eu sou inocente! Solicito os seus serviços como detetive particular. Tente reunir fatos que provem minha inocência. Deixarei esse bilhete aqui na sua caixa de correio (sic). Armaram contra mim. PS: depois acertamos a conta. Nathan."
A polícia encontrou o bilhete após localizar o amigo de Jonathan na noite da terça-feira (27). Ele foi detido, levado para a delegacia para prestar depoimento e liberado em seguida. No entanto, será investigado.
Em seguida, os policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) encontraram o suspeito, que ficou em silêncio na delegacia.
Prisão em flagrante convertida em preventiva
O suspeito de assassinar a pernambucana Patrícia Roberta Gomes da Silva, 22, em João Pessoa, na Paraíba, passou por audiência de custódia nessa quarta-feira (28). O tatuador de 23 anos foi preso em flagrante por policiais do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM) no final da noite dessa terça-feira (27) e teve a prisão convertida em preventiva pela juíza Virgínia de Lima Fernandes, da Vara de Execução de Penas Alternativas de João Pessoa.
Jonathan Henrique Conceição dos Santos ficará preso na Penitenciária Flóscolo da Nóbrega à disposição da Justiça. Na decisão, a juíza alegou que "as circunstância do delito e sua prisão demonstram a periculosidade do mesmo sendo imperiosa a sua permanência no cárcere, como medida necessária para garantir a ordem pública".
O texto afirma, ainda, que "verifica-se que há prova da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria. Denota-se claramente nos vídeos o custodiado Jonathan carregando o corpo na motocicleta pertencente a ele com o intuito de ocultar o cadáver, bem como as roupas da vítima foram encontradas em um tambor de lixo nas proximidades da residência do flagranteado, o que tornam suficientes os indícios de autoria do crime".
Segundo a juíza, "a prisão de justifica para a garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, por se tratar de pessoa que já demonstrou sua periculosidade latente, embora primário, o cotejo de suas condições pessoas levam à conclusão patente e inafastável de que sua liberdade se configura risco concreto à ordem pública".
De acordo com a delegada de Crimes Contra a Pessoa (Homicídios) da Capital, Emília Ferraz, Jonathan Henrique foi preso após a polícia localizar um amigo dele, que foi até o apartamento do suspeito, no bairro de Gramame, para pegar alguns pertences.
"Vizinhos perceberam movimento no apartamento e ligaram para a Polícia Militar. Nossas esquipes foram até o local trouxeram ele para a Central de Polícia para prestar depoimento. Ele disse que era apenas amigo de Jonathas e, como não havia provas contra o mesmo, foi liberado", informou a delegada.
A prisão do tatuador aconteceu após o amigo prestar depoimento. "Os policiais criaram o argumento de que precisariam levar Marcos até a sua casa e quando chegaram lá, no bairro de Mangabeira, encontraram a moto de Jonathas e o próprio criminoso, que ainda tentou fugir, mas foi preso em flagrante", esclareceu o tenente-coronel Marcos Barros, comandante do 5º BPM.
Jonathan foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver e o amigo dele vai responder a procedimento criminal por favorecer a prática do crime e esconder uma pessoa que estava sendo procurada pela Polícia.
O caso
Patrícia saiu de Caruaru, no Agreste do Estado, onde mora, na última sexta-feira (23), para encontrar o amigo. Dois dias depois, no domingo (25), numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, a vendedora se mostrou aflita porque estaria trancada no apartamento dele. Depois, avisou que estava tudo bem. E não mais respondeu à mãe.
Na madrugada desta terça-feira (27), vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Um dos vizinhos teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito é filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.
O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.
"Começamos as buscas em outra área, uma área muito extensa, mas informações da própria população nos chamaram a atenção em alguns detalhes e nós chegamos a esse ponto [que o corpo foi localizado]", disse o comandante do 5º BPM, coronel Barros. Não havia sinais de marca de tiros ou faca no corpo. Uma possibilidade é que a vendedora foi morta por asfixia, o que será comprovado após exames no Instituto de Medicina Legal. O corpo deve ser liberado hoje para enterro, à noite, em Caruaru.