RELIGIÃO

Classificadas como essenciais por lei, igrejas não estão livres das restrições adotadas no Agreste de Pernambuco

Restrições mais severas impostas pelo Governo de Pernambuco em 53 cidades do Agreste começam a valer a partir desta terça-feira (18)

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Marcelo Aprígio

Publicado em 18/05/2021 às 8:26
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Considerados essenciais por uma lei sancionada pelo governador Paulo Câmara (PSB), igrejas, templos e demais locais de culto também serão atingidos pelas restrições mais severas impostas pelo Governo de Pernambuco em 53 cidades do Agreste do Estado, que começam a valer a partir desta terça-feira (18).

Segundo o decreto que estabelece as regras mais rígidas, igrejas e templos religiosos devem observar os horários e restrições previstos pelo documento, estando abertos, nos finais de semana, apenas para a realização de atividades administrativas, serviços sociais e celebrações religiosas apenas de forma virtual, sem público.

A inclusão das igrejas no rol de estabelecimentos atingidos pelas normas ocorre porque um trecho da lei que classifica tais lugares como essenciais permite que o governo de Pernambuco restrinja eventos presenciais nas instituições religiosas no caso de circunstâncias excepcionais, por meio de decreto estadual. A permissão legal, inclusive, sofreu críticas de alguns deputados da Bancada Evangélica da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Restrições no Agreste

As restrições mais severas foram anunciadas no sábado (15) pelo governador após a 2ª Macrorregião de Saúde, que engloba a 4ª e a 5ª Regionais de Saúde, com sedes em Caruaru e Garanhuns, respectivamente, assistir ao crescimento de casos e mortes pela doença, além da alta na taxa de ocupação de leitos de UTI destinados a pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Com as novas regras oficializadas, a partir desta terça (18), as atividades econômicas deverão ser encerradas às 18h, durante a semana. Nos fins de semana, apenas supermercados, feiras livres de produtos alimentícios, farmácias, padarias e postos de gasolina poderão abrir as portas. O objetivo é conter o aumento de casos e não colapsar o sistema de saúde. As UTIs da rede pública, por exemplo, têm uma ocupação superior a 90%. O decreto valerá até o dia 31 de maio.

Para o governador Paulo Câmara, os números analisados pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19 apontam para uma situação limite. “Temos feito todos os esforços para minimizar os efeitos dessa pandemia. Fizemos a maior rede de UTIs (terapia intensiva) exclusivas para a covid entre os estados do Norte/Nordeste do Brasil. Só na 2ª Macrorregião, abrimos 178 leitos de terapia intensiva, em sete diferentes unidades de saúde nos municípios de Caruaru, Garanhuns, Bezerros e Gravatá. Infelizmente, desde domingo passado, temos apenas um leito livre”, disse o governador.

Segundo o gestor estadual, além da ocupação total dos leitos, outros fatores também são preocupantes. “O principal deles é a aceleração da doença que está com percentuais altos de casos e de solicitações de UTI em patamares quatro vezes maiores do que no restante do Estado. O que precisa ficar claro para a população é a gravidade do momento que estamos passando”, explicou Paulo Câmara.

A 5ª Regional de Saúde de Pernambuco (Geres), que reúne 21 municípios e tem sede em Garanhuns (Agreste), totaliza 23.132 casos de covid-19, com 498 óbitos, desde o início da pandemia. A região volta a vivenciar uma forte pressão feita pela pandemia, assim como ocorreu em junho de 2020, na fase de aceleração da primeira onda de covid-19.

Atualmente, segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES), a 5ª Geres tem 40 leitos voltados para os moradores da região com suspeita ou confirmação da covid-19. Todos estão ocupados. São 30 vagas de terapia intensiva (UTI) e 10 de enfermaria que estão com pacientes em assistência e que lutam contra a síndrome respiratória aguda grave (srag).

Polo de confecções

A determinação do governo do Estado proíbe o funcionamento do Polo de Confecções do Agreste, que tem as suas principais feiras em Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama. São mais de 10 municípios que giram em torno desta atividade que chega a gerar renda pra cerca de 100 mil pessoas, numa estimativa feita pelo governo do Estado. Geralmente, as feiras de confecções de Caruaru e o polo de Santa Cruz do Capibaribe funcionam aos sábados, domingos e segundas.

Por estarem inclusas nas restrições, as feiras do Polo de Confecções precisam adaptar os dias e horários de funcionamento. Desta forma, as feiras só poderão receber o público de terça a sexta-feira, das 5h às 18h.

Segundo explicou a secretária-executiva de Desenvolvimento Econômico, Ana Paula Vilaça, em entrevista à TV Jornal Interior, o objetivo do Governo de Pernambuco é reduzir o fluxo de pessoas no Polo de Confecção ao suspender as atividades das feiras do Polo de Confecções nos finais de semana."(Porque) além dos comerciantes e dos atacadistas que vão até essas feiras comprar suas mercadorias, muitas famílias também vão, porque estão de folga do seu trabalho", disse Ana Paula.

De acordo com a Prefeitura de Caruaru, pelo fato da Feira da Sulanca funcionar nas segundas-feiras, o Delivery Sulanca será reativado. As outras feiras públicas do município vão funcionar de acordo com as determinações do novo decreto estadual.

Cidades sob restrições

Na IV Geres, que tem sede em Caruaru, estão incluídas 32 cidades: Agrestina, Alagoinha, Altinho, Barra de Guabiraba, Belo Jardim , Bezerros, Bonito, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Camocim de São Felix, Caruaru, Cupira, Frei Miguelinho, Gravatá, Ibirajuba, Jataúba, Jurema, Panelas, Pesqueira, Poção, Riacho das Almas, Sairé, Sanharó, Santa Cruz do Capibaribe, Santa Maria do Cambucá, São Bento do Una, São Caetano, São Joaquim do Monte, Tacaimbó, Taquaritinga do Norte, Toritama, Vertentes.

Na V Geres, que tem sede em Garanhuns, são 21 municípios que terão as restrições: Águas Belas, Angelim, Bom Conselho, Brejão, Caetés, Calçados, Canhotinho, Capoeiras, Correntes, Garanhuns, Iati, Itaíba, Jucati, Jupi, Lagoa do Ouro, Lajedo, Palmerina, Paranatama, Saloá, São João, Terezinha.

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