A Receita Federal (RFB) divulgou, nesta terça-feira (3), a apreensão de armas de fogo e aparelhos eletrônicos em bagagens fiscalizadas no Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife (RMR). De acordo com o órgão, havia nomes de pessoas escritos nas embalagens, o que pode significar que tratam-se de mercadorias previamente encomendadas e, portanto, com destinação comercial, o que é proibido para bens trazidos do exterior como bagagem. Outro detalhe é que os donos das bagagens desacompanhadas recebiam auxílio emergencial, mesmo morando nos Estados Unidos, o que despertou a suspeita das equipes. A Receita estima que o valor total das mercadorias encontradas em cada contêiner foi de, no mínimo, R$ 500 mil.
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Os contêineres enviados como bagagens desacompanhadas por esses supostos viajantes foram escaneados. Nas imagens, as equipes notaram uma grande quantidade de itens da mesma mercadoria, ainda nas embalagens. Com isso, eles perceberam que não se tratava de uma bagagem desacompanhada. Por isso, as equipes resolveram abrir, e constataram as irregularidades.
Foram encontrados 44 relógios novos; 17 bolsas femininas; 15 aparelhos de TV; 1 revólver de colecionador (modelo Derringer Philadelfia, modelo usado para atirar no presidente dos EUA Abraham Lincoln); 1 pistola Taurus glock 40; 1 simulacro/arma de pressão "airsoft" para treinamento de tiro ao alvo; uma escopeta; um rifle; uma espada samurai; facas e pistolas.
A ação da Receita em Suape foi realizada em parceria com as equipes de fiscalização do porto de Santos, em São Paulo, por meio de suas equipes de Gestão de Risco e da utilização de sistema de inteligência artificial. No mês de junho, uma operação semelhante no Porto de Santos também descobriu um esquema que facilitava a entrada de armas e munições, entre outros itens, no País, sem passar pela fiscalização.
Esquema
Segundo a Receita Federal, o esquema funciona assim: os consumidores compravam os itens por e-commerce, lojas de grife ou fornecedor atacadista. O comprador recebia, antes da compra, um endereço. Ele o informa como local de entrega à loja. Este endereço fica nos Estados Unidos e é onde acontece a logística do esquema.
Dos EUA, as encomendas são despachadas como bagagem desacompanhada, no nome de supostos viajantes, que funcionavam como 'laranjas'. Os produtos são enviados ao Brasil por meio de contêineres em navios.
Na chegada ao porto, a carga era submetida à fiscalização como bagagem desacompanhada, driblando o pagamento de impostos e controle administrativo de órgãos competentes.
Por último, a carga era destinada a um local onde a descarga era permitida, e um membro do esquema enviava os itens aos verdadeiros endereços dos compradores. Segundo a Receita Federal, o esquema fraudulento acaba possibilitando o recebimento de armas e munições sem registro.
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