Atualizada às 21h11
Recife já acumulou mais de 254,00 milímetros (mm) de chuvas nos primeiros 11 dias de agosto, o que ultrapassa em 19%, só nesse período, o esperado para todo mês de agosto, que tem média história de precipitação de 213,40 mm. Em 12 horas, entre 9h e 21h de ontem, na Zona norte da capital foram mais de 39 mm, segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac). Os chamados da população para a Defesa Civil, neste período, variaram entre pedidos de vistorias e solicitações de colocação de lonas plásticas. Nenhum novo deslizamento foi registrado
Entre as 20h da terça-feira (10) e as 21h da quarta-feira (11), a pasta não recebeu notificações de sinistros de trânsito (antes chamados de acidentes de trânsito) com vítimas. No período, a CTTU registrou ocorrências em 22 semáforos, três já atendidas e 19 em atendimento. Equipes formadas por 150 agentes e 165 orientadores de trânsito trabalham em áreas que foram afetadas pelas chuvas.
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De acordo com a Defesa Civil, a Central de Operações de Trânsito (COT) da CTTU, que funciona 24 horas por dia, também realiza o trabalho de monitoramento das vias, identificando os pontos mais críticos, através de 162 câmeras de videomonitoramento.
Para notificar ocorrências causadas pelas chuvas, a população pode ligar para o número 0800.081.3400. A ligação é gratuita e o atendimento acontece 24h por dia.
Transtornos na cidade
Mais uma vez, o Grande Recife amanheceu sob fortes chuvas. Com isso, moradores das cidades da região enfrentaram transtornos nas ruas nesta quarta-feira (11), mas de forma menos intensa do que nos dias anteriores.
Em entrevista à Rádio Jornal, o secretário-executivo da Defesa Civil do Recife, coronel Cássio Sinomar comentou sobre o número de pessoas que precisaram deixar suas casas durante este período chuvoso. Segundo ele, cerca de 20 pessoas estão desalojadas. Isto é, tiveram que procurar a residência de familiares para se protegerem. Ainda de acordo com Cássio Sinomar, não há pessoas em abrigos da Prefeitura do Recife. “Após o deslizamento da barreira no Brejo da Guabiraba, nessa terça, seis famílias precisaram sair de suas casas”, disse ele, pedindo que as pessoas que estão em área de barreira procurem um lugar seguro.
O secretário também alertou que mesmo com a diminuição das chuvas, o solo ainda continua muito encharcado e que qualquer chuva, por mais fraca que seja, a atenção da população deve ser total.
Onde mais choveu
Mesmo fortes, as chuvas que atingem o Grande Recife nesta quarta têm um acumulado bem menor do que o registrado neste mesmo período na terça (10). O maior índice pluviométrico do Estado, nas últimas 24 horas, é do bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão, com 71,51 mm. Do total, apenas nas últimas 12h, 20,74 mm caíram sobre a localidade. Em Piedade, também em Jaboatão, com 64,17 mm. Agazinha, em Olinda, chegou aos 60,20 mm, enquanto o Distrito Industrial de Abreu e Lima acumula 51,37 mm. Na terça, os números passavam dos 130 milímetros em várias cidades.
No Recife, o maior acumulado desta manhã é no bairro do Ibura, na Zona Sul, com 53,51 mm. Os números são do monitoramento da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e foram atualizados às 20h30.
Veja ranking de onde mais choveu nas últimas 24 horas:
- Barra de Jangada, em Jaboatão - 71,51 mm
- Piedade, em Jaboatão - 64,17 mm
- Prazeres, em Jaboatão - 62,77 mm
- Aguazinha, em Olinda - 60,20 mm
- Cavaleiro, em Jaboatão - 56,70 mm
- Ibura, Recife - 53,51 mm
- Tabajara, Olinda - 52,82 mm
- Alto do Mandú, Recife - 51,35 mm
*Dados atualizados às 20h30
Previsão do tempo
A chuva deve dar uma trégua, a partir desta quinta-feira (12), em algumas áreas de Pernambuco. Após três dias seguidos com alertas meteorológicos, a Agência Pernambucana da Águas e Clima (Apac) não renovou o estado de observação para precipitações moderadas no Estado. Segundo o órgão, o acumulado de chuva que deve ser registrado não se faz necessária a renovação do aviso.
A precipitação está sendo ocasionada por um canal de umidade que está favorecendo a ocorrência de chuvas no setor leste de Pernambuco. A Apac indicou que os moradores das áreas atingidas devem seguir as orientações dos departamentos de Defesa Civil dos municípios.
Defesas Civis no Grande Recife
- Olinda: 0800.281.2112
- Jaboatão dos Guararapes: (81) 3461.3443 e (81) 99195.6655
- Abreu e Lima: (81) 99933.6380
- São Lourenço da Mata: (81) 98338.5407
- Cabo de Santo Agostinho: 0800.281.8531
- Ipojuca: 0800.281.0620
- Paulista: 153
Previsão do tempo para esta quinta-feira (12)
Região Metropolitana:
Parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada nas primeiras horas da manhã e noite com intensidade fraca.
Máxima: 28°C
Mínima: 22°C
Mata Norte:
Nublado a parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada manhã e noite com intensidade fraca.
Máxima: 28 °C
Mínima: 20 °C
Mata Sul:
Parcialmente nublado com chuva rápida de forma isolada manhã e noite com intensidade fraca.
Máxima: 28 °C
Mínima: 20 °C
Agreste:
Parcialmente nublado sem chuva em toda a região ao longo do dia.
Máxima: 27ºC
Mínima: 16ºC
Sertão de Pernambuco:
Parcialmente nublado sem chuva em toda a região ao longo do dia.
Mínima: 15 °C
Máxima: 32 °C
Sertão do São Francisco:
Parcialmente nublado sem chuva em toda a região ao longo do dia.
Mínima: 18 °C
Máxima: 32 °C
Fernando de Noronha:
Parcialmente nublado sem chuva em toda a região ao longo do dia com intensidade fraca.
Mínima: 25 °C
Máxima: 28 °C
Decreto institui auxílio a vítimas de deslizamento no Brejo da Guabiraba, no Recife
Cinco famílias receberão o valor de R$ 1.500 cada e serão incluídas no auxílio-moradia, de R$ 200
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), assinou, nesta quarta-feira (11), um decreto que garante auxílio a famílias vítimas de um deslizamento de barreira na Rua Cabo Hermito Sá, no Brejo da Guabiraba, Zona Norte da cidade, na madrugada da terça-feira (10). Segundo a prefeitura, cinco famílias receberão o valor de R$ 1.500 cada e serão incluídas no auxílio-moradia, de R$ 200. O pagamento deve ser realizado até a próxima semana, dependendo da documentação e do banco responsável.
“A gente sabe da importância deste recurso chegar rapidamente às famílias e por isso demos prioridade. Estamos assinando este Decreto e o dinheiro será repassado nos próximos dias”, afirmou o prefeito João Campos. O gestor assinou o documento em conjunto com a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife, Ana Rita Suassuna. O decreto será publicado no Diário Oficial desta quinta-feira (12).
De acordo com a Prefeitura do Recife, uma sexta família chegou a ter a casa interditada, mas não houve perda de bens e por isso não cabe o pagamento. A Secretaria Executiva da Assistência Social do Recife disponibilizou acolhimento no Abrigo Emergencial, mas a opção das famílias foi seguir para casa de parentes. Além disso, segundo a gestão municipal, foram entregues colchões e cestas básicas aos moradores.
Pai e filho soterrados recebem alta do hospital
Para o motorista de ônibus Clebson Barbosa, de 40 anos, e o estudante Clebson Barbosa Júnior, de 16 anos, estar lado a lado, a partir de agora, terá um significado diferente. Pai e filho receberam alta do hospital após terem sido soterrados durante o deslizamento de terra no Brejo da Guabiraba.
A família perdeu tudo no desastre, mas comemora a vida. "Eu pensei que meu filho tinha morrido, fui lá para frente gritando e chorando por ele, porque já estava vendo a situação, aí eu ouvi a voz dele e veio a animação para poder procurá-lo", contou o motorista. "Na minha opinião não tinha chance de acontecer, de eu ficar soterrado da cintura para baixo. Eu fiquei em pé. Foi um milagre, foi Deus", disse o estudante.
Agora, ambos estão acomodados na casa de uma parente na mesma rua onde tudo aconteceu. A cadelinha Nina, resgatada dos escombros na tarde dessa terça (10), também está por lá. No terraço da casa estão alguns móveis que foram salvos e doações. Além do pai e do filho, uma parente deles ficou ferida ao tentar salvá-los, mas também já recebeu alta.
Apesar das fortes chuvas, moradores acreditam que o deslizamento tenha acontecido pelo rompimento de um cano mestre da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), e seguem preocupados com a ameaça. "Está acontecendo a mesma coisa, pingando água no pé da barreira de três casas, a minha é a última. Estou com muito medo porque é esse cano que está derrubando tudo", relatou a dona de casa Solange de Lima Tavares. Segundo ela, a água jorra há pelo menos três meses e tem afetado várias casas.
A Defesa Civil esteve no local do acidente na manhã desta quarta-feira (11) e reconheceu que ainda há riscos na área. Além disso, solicitou vistoria à Compesa. "A gente sabe que se houver um rompimento de um cano, o potencial para o desastre é muito maior. Então, a gente ainda está analisando isso, e pedimos para a Compesa fazer uma revisão de todo esse entorno, ver se há algum problema e se precisar reforçar alguma coisa para trazer a água encanada novamente", disse Keila Ferreira, gerente geral de assistência social da pasta.
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