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Motorista que atropelou advogada em ato no Recife presta depoimento à polícia

O homem é investigado por tentativa de homicídio

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Bruna Oliveira

Publicado em 05/10/2021 às 17:35 | Atualizado em 05/10/2021 às 18:12
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Com informações de Suellen Brayner, da TV Jornal

O administrador Luciano Matias Soares, de 38 anos, que atropelou uma advogada, de 28 anos, durante um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no último sábado (2), compareceu ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta terça-feira (5), para prestar depoimento à polícia. O homem é investigado por tentativa de homicídio.

Após o administrador contar a sua versão dos fatos, o advogado dele, Sérgio Gonçalves, concedeu entrevista à imprensa. A defesa voltou a afirmar que Luciano não teria atropelado a vítima de propósito e que o caso não está relacionado à política. Além disso, ele disse que deixou o carro no local, para realização da perícia, que deve ocorrer nesta quarta-feira (6).

"Não está relacionado a nada político e nem se trata de um atentado. Ele está muito chocado com a situação da vítima, assim como a família dele e amigos. Nunca houve sequer um boletim de ocorrência contra Luciano", declarou o advogado.

>> Polícia já solicitou imagens do atropelamento de advogada em ato no Recife

A advogada tem estado de saúde estável e encontra-se em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Real Hospital Português, na Avenida Governador Agamenon Magalhães, segundo comunicado transmitido pela Comissão de Advocacia Popular (CAP). Devido ao rompimento no ligamento do tornozelo, ela precisou passar por cirurgia e teve 10 pinos implantados em seu pé, o que demandará prolongada recuperação. 

A vítima teria convulsionado após o atropelamento, que ocorreu no sábado por volta das 12h30. Além da cirurgia no pé, ela levou pontos na cabeça. 

Ainda de acordo com o advogado do administrador, uma, das oito testemunhas ouvidas pela polícia, disse que o homem portava uma arma e afirmava ser policial quando o caso ocorreu. Segundo ele, a afirmação se trata de uma mentira.

"Ele nunca possuiu arma, o carro está aqui [no DHPP] para a perícia ser feita, ela deve comprovar que ele não fazia o uso de arma. Além disso, a polícia deve ter acesso a imagens e câmeras de segurança que vão provar que, no meio do protesto, ele ficou em pânico e buscou um meio do carro sair da situação", contou. 

O advogado ainda afirmou que Luciano Matias chegou a se emocionar durante o depoimento e tem tomado remédios desde o sábado. Ele não informou quais tipos de medicamentos estão sendo ingeridos pelo homem.

Luciano Matias já foi candidato a vereador pela Frente Popular do Recife em 2012, argumenta que manifestantes foram pra cima do seu veículo - versão contestada por pelo menos seis testemunhas que compareceram ao DHPP.

Entenda o caso

Uma mulher que havia participado de uma manifestação pacífica contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, no Recife, foi atropelada, no início da tarde desse sábado, no Centro da cidade. Segundo a vereadora Dani Portela (PSOL), ela foi arrastada por cerca de 50 metros. Testemunhas contaram que o motorista teria avançado em direção ao grupo de manifestantes que a mulher fazia parte. O acidente aconteceu por volta das 12h30 na Avenida Martins de Barros, no bairro de Santo Antônio. A mulher foi socorrida pelo Samu para um hospital particular da capital pernambucana.

O motorista trafegava pela Avenida Martins de Barros. Ao parar no semáforo antes do cruzamento com a Ponte Maurício de Nassau teria se deparado com o grupo de manifestantes. Uma das versões é que ele não quis parar para esperar as pessoas atravessarem a via. A vítima se segurou no capô do carro. Quando o condutor freou bruscamente, logo depois da estação do BRT, ao lado do Armazém do Campo, a mulher caiu no chão. O motorista, então, passou por cima dela e fugiu sem prestar socorro.

 

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