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Suspeitos de matarem universitário em assalto no Recife têm prisão decretada e vão para o Cotel

Os três suspeitos passaram por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (12)

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Bruna Oliveira, Vanessa Moura

Publicado em 12/11/2021 às 18:13 | Atualizado em 12/11/2021 às 18:27
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Os três homens suspeitos de envolvimento no latrocínio do universitário Pedro Henrique Gonçalves Ferreira, 24 anos, na tarde dessa quinta-feira (11), passaram por audiência de custódia nesta sexta (12) e tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva. Eles foram encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), localizado em Abreu e Lima, no Grande Recife.

O crime aconteceu por volta das 13h30 na Rua Antônio Lucena, na Madalena, na Zona Oeste da capital. O rapaz reagiu a um assalto e foi morto na frente da irmã, como mostraram imagens de câmeras de segurança. O corpo de Pedro foi liberado pelo Instituto de Medicina Legal (IML) por volta das 12h dessa sexta. O corpo dele será sepultado às 9h deste sábado (13) em Itapetim, no Sertão do Estado, de onde o jovem é natural.

No mesmo dia do crime, os suspeitos foram encontrados pela polícia e levados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. O major da Polícia Militar Enésio Farias explicou à TV Jornal como ocorreu a ação da polícia.

"Através de informes e das câmeras de segurança do local, nós verificamos a placa da moto, puxamos o endereço e fomos à casa de um dos meliantes. Também conseguimos pegar o armamento que estava de posse deles no momento do assalto, e seguimos para o DHPP", informou o major.

Além da dupla que teria participado do crime, a polícia conduziu ao DHPP o suposto proprietário da arma, que é vigilante, e o homem que teria furtado a arma e entregado aos suspeitos. 

"A arma é de um vigilante e ficava guardada em uma oficina, e um elemento que trabalhava na oficina, sabendo disso, entregou a arma aos dois envolvidos no assalto. Ao retornarem do crime, a dupla deixou a arma e o celular na oficina. A Polícia Civil vai apurar para verificar a situação. A princípio, tudo indica que o vigilante, dono da arma, não tem nada a ver com o crime", contou o PM. 

A motocicleta e a arma utilizadas no latrocínio foram apreendidos, assim como o celular pertencente à irmã da vítima. Um dos suspeitos tem antecedente criminal por roubo.

O vigilante prestou depoimento, foi autuado por posse de arma e liberado. Já o homem que furtou a arma e entregou aos suspeitos foi autuado. 

Entenda o caso

Pedro Gonçalves era estudante de educação física em uma faculdade particular do Recife e morava com a irmã na Madalena. De acordo com informações preliminares, os dois estavam indo ao mercado quando ambos foram abordados por dois suspeitos em uma motocicleta. Eles teriam pedido os celulares das vítimas. A irmã de Pedro entregou o smartphone, mas o universitário não quis entregar o aparelho e reagiu. Então, um dos suspeitos atirou na cabeça dele, que morreu no local.

CARLOS SIMÕES/ESPECIAL JC IMAGEM
CRIME Por volta das 13h30 de ontem, pouco depois de o estudante e a irmã saírem de casa, dois homens numa moto se aproximaram e já foram pedindo os celulares. Só a garota deu - CARLOS SIMÕES/ESPECIAL JC IMAGEM

A irmã da vítima conversou com a reportagem do JC e contou detalhes da investida criminosa. Segundo ela, o irmão tentou pegar a arma do assaltante

"A gente tinha acabado de sair de casa e estávamos na rua ao lado, na calçada. Eu só ouvi a voz de um rapaz do meu lado, quando eu olhei, ele estava com a arma na mão. Aí ele falou: 'passa o celular'. Eu entreguei o meu sem pensar duas vezes, mas meu irmão não quis entregar o dele. Eu até falei: 'moço, pode revistar e levar se você encontrar', porque eu achava que estava em casa carregando, como ele geralmente deixa. Quando eu vi, o meu irmão tentou reagir e pegar a arma do bandido, porque estava bem próxima da gente, só que o bandido deu um passo para trás e atirou", relatou a jovem. 

Abalada, a jovem ainda está tentando processar a tragédia. Ela e o irmão, que são do município de Itapetim, no Sertão do Estado, moravam no Recife há apenas dois anos. "A gente ia se formar juntos ano que vem. Eu estava no oitavo período e ele no sexto, mas por conta de transferência de faculdade, eu ia passar um tempinho a mais. E meu aniversário é mês que vem, a gente planejava ir para o interior ver os meus pais", revelou. 

A irmã contou também que a rua estava vazia no momento do crime. Após o disparo, no entanto, uma vizinha ouviu o barulho e foi até a rua para tentar acalmá-la. Foi esta mesma vizinha, que também não quis se identificar, que colocou um guarda-chuva em cima do corpo do rapaz para protegê-lo do sol. 

"Estávamos em casa e ouvimos o pipoco. Até então, achávamos que eram fogos. Mas, mesmo assim corremos, quando abrimos o portão ela [a irmã da vítima] estava em desespero, gritando. Quando eu vi, o irmão dela estava no chão. A minha primeira atitude foi tentar acalmá-la. Peguei o guarda-chuva que ela estava na mão e coloquei em cima dele, que o sol estava muito forte. Peguei o celular dele que estava no bolso de trás e dei pra ela", disse a vizinha.

Ainda segundo ela, os sinais vitais de Pedro foram desaparecendo muito rápido. "Eu fui tentar identificar se ele estava ainda com os sinais vitais. Verifiquei que a pulsação dele estava muito fraca e o sangue quase jorrava, ele também não conseguia mais falar, começou a ter espasmos e vomitar", completou. 


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