HISTÓRIA

Primeira obra da Via Mangue, Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes é instalado nesta sexta-feira (17)

Produzida em 1981 pelo artista plástico Francisco Brennand, a peça estava instalada na BR-232, no Curado, Zona Oeste, onde foi alvo de vandalismo

Imagem do autor
Cadastrado por

Julianna Valença

Publicado em 17/12/2021 às 16:05 | Atualizado em 17/12/2021 às 18:50
Notícia
X

Atualizado às 18h50

O Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes, de autoria do artista plástico Francisco Brennand, volta às ruas da cidade nesta sexta-feira (17), após passar por uma restauração. Produzida em 1981, a peça estava instalada na BR-232, no Curado, Zona Oeste do Recife, onde foi alvo de vandalismo. Agora, o monumento é instalado na Via Mangue, Pina, Zona Sul.

>> Iphan dá parecer favorável a tombamento do mural Batalha dos Guararapes, de Brennand

A obra conta com três blocos de cerâmica, ornamentados com pinturas, que foram alvo de pichação. Três esculturas colocadas em cima do monumento também fazem parte da peça - elas representam os heróis da Batalha dos Guararapes André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Antônio Filipe Camarão - mas tiveram a cabeça arrancada por ação de vândalos. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) iniciou uma inspeção em dezembro de 2019 e decidiu pela restauração em 2020.

Filha do artista Francisco Brennand, Conceição Brennand definiu a recuperação como um "milagre", já que o próprio pai a teria dito que a restauração era impossível, devido à complexidade. "O trabalho foi preciso e muito bem-feito", atestou.

Arquivo Concrepoxi
Produzida em 1981, a peça estava instalada na BR-232, no Curado, Zona Oeste, onde foi alvo de vandalismo - Arquivo Concrepoxi

“Eu tinha um inconformismo particular com a situação de descaso e depredação em que se encontrava o Monumento aos Heróis da Batalha de Guararapes. Antes mesmo de ingressar no MPPE, já pensava em como fazer algo para impedir o total desrespeito e perecimento de um patrimônio artístico e histórico de Pernambuco”, lembrou o promotor de Justiça José da Costa Soares, responsável pelo Acordo Extrajudicial e Resolutivo.

BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Monumento do artista plástico Francisco Brennand foi instalado na Via Mangue - BOBBY FABISAK/JC IMAGEM
Arquivo Concrepoxi
Remontagem dos painéis e prismas do Monumento aos Heróis da Batalha de Guararapes na Via Mangue - Arquivo Concrepoxi
Divulgação/ Ivson Henrique Gomes
Andamento das obras de instalação do Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes na Via Mangue - Divulgação/ Ivson Henrique Gomes

O acordo reuniu na Sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em setembro de 2020, representantes das empresas e entidades que aceitaram o desafio de revitalizar a obra. “Optei pela saída consensuada e resolutiva, em detrimento da judicialização da questão, procurando envolver e conscientizar as empresas e instituições para que esse difícil trabalho pudesse ser realizado”, descreveu o promotor de Justiça.

Participaram do projeto a empresa Concrepoxi Engenharia Ltda, Instituto Histórico Arqueológico e Geográfico de Pernambucano, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Instituto Francisco Brennand, Polícia Militar de Pernambuco, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF) e a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).

Recuperação do monumento
Divulgação/Priscilla Buhr
Processo de desenfornação de uma das cabeças dos três guerreiros da Insurreição Pernambucana feito pelo artesão Zé Mendes - Divulgação/Priscilla Buhr
Arquivo Concrepoxi
Execução das camadas de proteção das esculturas com papel de arroz e gesso para possibilitar a remoção e transplante sem danos às peças - Arquivo Concrepoxi
Divulgação/Priscilla Buhr
Painel do guerreiro de Guararapes, após restauro - Divulgação/Priscilla Buhr
Divulgação/Priscilla Buhr
Segunda fase das obras de restauro do Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes - Divulgação/Priscilla Buhr
Divulgação/Priscilla Buhr
Segunda fase das obras de restauro do Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes - Divulgação/Priscilla Buhr
Divulgação/Priscilla Buhr
Cada painel do Monumento aos Heróis da Batalha de Guararapes teve suas peças identificadas e catalogadas - Divulgação/Priscilla Buhr
Divulgação/Priscilla Buhr
Emanuel Barbosa de Oliveira restaurando cerâmica do Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes - Divulgação/Priscilla Buhr
Divulgação/Priscilla Buhr
Emanuel Barbosa de Oliveira restaurando cerâmica do Monumento aos Heróis da Batalha dos Guararapes - Divulgação/Priscilla Buhr

A peça mede 1,9 metros e tem 1,5 toneladas e é o primeiro monumento instalado na Via Mangue, a solenidade de entrega do encerra as comemorações da Semana do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em 2021. Segundo o MPPE, cada entidade ficou responsável por obrigações definidas na recuperação do monumento, sendo a Polícia Militar a encarregada de proteger o monumento contra a ação de criminosos e vândalos após sua inauguração.

Profissionais especializados atuaram no processo de restauração da peça, desde a retirada do monumento original, remoção da argamassa de fixação das placas cerâmicas, restituição precisa das faces das placas, para, enfim, proceder a restauração da face vitrificada. Na fase de reintegração da pintura, foi buscando um resultado o mais próximo possível do original, de modo a não perder os aspectos cromáticos característicos do estilo artístico de Francisco Brennand.

“Foi um trabalho muito difícil e minucioso a remoção dos painéis artísticos de cerâmica, por causa da maneira como estavam assentados na estrutura original. As peças são grossas e pesadas. Além do mais, foi utilizada para seus assentamentos uma argamassa com altíssimo teor de cimento, o que implicou em uma absoluta aderência no seu substrato. Mas conseguimos retirá-las por dentro do monumento, com o mínimo de danos possível”, afirmou a sócia-administradora da Concrepoxi Engenharia, Regina Gaudêncio.

 

Tags

Autor