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Dia de celebrar reencontros: famílias voltam a se reunir neste Natal, mantendo os cuidados

Com avanço da vacinação e melhoria nos indicadores da pandemia, celebração volta a acontecer em 2021

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Margarida Azevedo

Publicado em 24/12/2021 às 7:57 | Atualizado em 24/12/2021 às 13:01
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A maioria das famílias brasileiras optou por comemorar o Natal de forma mais comedida, virtualmente ou com menos gente reunida, em 2020, quando a pandemia de covid-19 ainda estava no auge e a vacinação contra a doença não havia começado no País, o que só aconteceu em janeiro deste ano. Com o avanço da imunização - 66,8% da população estão com o esquema vacinal completo - e melhoria nos indicadores de contágio, a celebração volta a acontecer este ano, agora com espaço para mais pessoas e encontros presenciais, porém ainda adotando cuidados sanitários. O surgimento de novas variantes do coronavírus, como a ômicron, e o aumento de casos de gripe exigem atenção para evitar adoecimento.

Nesta sexta-feira (24), véspera do nascimento do menino Jesus, a ceia natalina da família da secretária aposentada Ester de Araújo Florencio, 71 anos, terá 17 pessoas. Ela e o marido, José Laércio Florencio, 74, estarão com os filhos, genro, noras, netos e alguns outros parentes em Casa Forte, Zona Norte do Recife. Pode parecer muito, mas até 2019, ou seja, antes da pandemia, a celebração chegou a ter o dobro desse número, pois incluía também amigos. Ano passado, foram apenas nove.

"Desde que casamos, reunimos nossa família e a do meu marido para comemorar o Natal. Vamos completar 50 anos de casados em 2022 e sempre teve casa cheia nessa época do ano. Em 2020 não foi tão triste porque vieram meus filhos e netos, porém todos com máscara e distantes. Sem abraços e beijos e nada de exageros", conta Ester. "Agora será um pouco mais aconchegante. Não vai dar para ser igual como antes da pandemia, mas o astral é melhor que o do ano passado", diz Ester, já vacinada com três doses, assim como o marido. Os filhos tomaram duas doses da vacina.

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CEIA Ester de Araújo e o marido, José Laércio, vão estar ao lado dos filhos e netos. Todos vacinados - DIVULGAÇÃO

A ceia será no salão de festas do prédio de um dos filhos. Em vez de louça, o jantar vai ser servido em pratos, copos e talheres descartáveis. Cada núcleo familiar que convive ficará em uma mesa separada do outro grupo. Álcool em gel estará entre os itens indispensáveis. "Perdi uma grande amiga no começo da pandemia. Apareceu agora essa ômicron e não sabemos como será. Tem a gripe também. Mesmo vacinados, não dá para vacilar", destaca Ester, que já separou presentes para os familiares.

Desde que se recorda, a advogada Sofia Medeiros, 27 anos, sempre passou a noite de Natal na casa da tia Betânia, irmã de sua mãe, na Boa Vista, área central do Recife. Em 2020, a expectativa pela ceia era ainda maior porque sua prima Natália, filha de Betânia, já estaria com o bebê que carregava no ventre. Gabriel nasceu em fevereiro, pouco antes do início da pandemia. Com a covid-19, não foi mimado pelos primos e tios no seu primeiro Natal. A tradicional reunião familiar ocorreu apenas virtualmente. Sofia e sua mãe ficaram em casa. Viram a tia e os primos por meio de uma videochamada.

"Seria importante porque outra tia morreu em abril. Não temos certeza, mas desconfiamos que pode ter sido de covid-19. Então o Natal era o momento que iríamos nos apoiar pois foi o primeiro ano sem ela", diz Sofia. "Foi uma sensação de vazio muito grande. Estávamos precisando de um abraço, de gestos de carinho, pela perda de minha tia. Mas também queríamos agradecer pelo nascimento de meu primo. Mas tínhamos consciência que o melhor naquele momento era esperar. Não sentimos segurança para nos reunir", afirma Sofia.

Mesmo com a vacina em dia, esse ano a ceia vai acontecer, porém sem a casa cheia ainda pois ainda não sentem confiança para aglomerações. Estarão Sofia, sua mãe Cleide e a tia Betânia com o marido. "É estranho pensar que um coisa tão comum como ir na casa de minha tia, com a frequência que eu ia, independente de Natal, deixou de acontecer. Mas a alegria de reencontrá-la neste Natal é enorme", enfatiza Sofia.

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