Julgamento

Acompanhe o segundo dia de julgamento do acusado da colisão que matou três pessoas na Tamarineira

Julgamento ocorre no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra

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JC

Publicado em 16/03/2022 às 9:16 | Atualizado em 16/03/2022 às 17:12
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Ocorre nesta quarta-feira (16) o segundo dia de julgamento de João Victor Ribeiro, réu no caso da colisão que resultou na morte de três pessoas no bairro da Tamarineira, no Recife, em novembro de 2017.

No primeiro dia, após a ouvida da terceira testemunha, concluída às 19h, a juíza Fernanda Moura de Carvalho finalizou a sessão de júri popular para ser retomada nessa quarta (16), às 9h. Hoje, são ouvidas mais duas testemunhas e o réu, João Victor, além das alegações finais da defesa e da acusação.

Acompanhe ao vivo o julgamento do Caso Tamarineira:

Primeiro dia de julgamento

A sessão no primeiro dia foi tensa e bastante acalorada. Por diversas vezes ao longo dos testemunhos, nessa terça-feira (15), a juíza Fernanda Moura de Carvalho, que presidiu a sessão na 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano, teve de intervir e pedir ordem aos que insistiam em se manifestar na plateia.

O próprio réu, em determinado momento da sessão, precisou ser contido por policiais ao entrar em desespero durante o depoimento da vítima (Miguel Arruda da Motta Silveira Filho) e, aos gritos, falou: "Eu não queria fazer isso, me perdoe, me mate, me mate, eu não queria machucar a sua família, me perdoe por favor", gritou João Victor.

A primeira testemunha ouvida no júri popular foi Gleibson José de Santana, que passava pelo local no momento da colisão. Na sequência, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, sobrevivente da colisão, foi ouvido.

"A ele, só posso dizer que peça perdão a Deus, tente seguir em frente no caminho de Deus e saber que as atitudes que a gente toma aqui podem machucar alguém, podem ferir e, no caso dele, matou minha esposa, o amor da minha vida, matou meu filho e a babá Roseane, e a filhinha dela na barriga; sequelou minha filha, acabou com minha vida", declarou Miguel.

Depois, foram ouvidos Matheus Pinto Peixoto e, em seguida, Artur Donato Sales da Silva, ambos amigos de João Victor, e que estavam com ele no bar antes do trágico acidente.

Após o intervalo do almoço, a juíza chamou para testemunhas o perito criminal Vinícius Nogueira Trajano, que disse em depoimento que o semáforo estava funcionando normalmente e, no momento da colisão, estava verde para a família há 22 segundos, quando João Victor ultrapassou sinal vermelho e colidiu no veículo de Miguel Arruda da Motta. "Analisei o isolamento do local, se estava isolado de forma adequada. Começamos a fazer o registro fotográfico pelas vias, fotos panorâmicas, detalhes de vestígios na via, avarias, a sinalização das vias. Fazemos o registro para chegar à dinâmica do acidente. Procuramos entender a sinalização da via, o desenho da via e os sinais funcionando de forma adequada. Não estava chovendo, a via estava seca e com visibilidade satisfatória", disse o perito criminal Vinícius Nogueira.

Em seguida, começaram os depoimentos das testemunhas arroladas pela defesa. A primeira a falar foi Cláudia Noêmia Moreira Ribeiro, tia do réu. Em sua fala, a técnica de enfermagem lembrou que estava de plantão no Hospital Agamenon Magalhães (próximo ao local do ocorrido) na hora do acidente envolvendo o seu sobrinho e afirmou que ele era dependente de álcool. "Ele é doente, alcoólatra. Mas nunca fez mal a ninguém por conta da bebida. Ele teve dois internamentos (em clínicas de reabilitação) aqui no Recife. Ele é doente. Foi um acidente. João Victor não saiu de casa jamais com a intenção de matar ninguém", falou Cláudia Noêmia.

Na sequência, testemunhou a advogada Emily Necília Leandro Diniz, na condição de madrinha do acusado perante o programa Narcóticos Anônimos (NA).

Após esse depoimento, por volta das 19h10, a juíza decidiu por suspender a sessão e reiniciar nesta quarta-feira (16), com o início previsto para as 9h. Ainda terá a oitiva de duas testemunhas restantes. Também está previsto o interrogatório do réu, além da fase de debates entre a defesa e o Ministério Público. A previsão é que o término do julgamento ocorra ainda nesta quarta. 

ACUSAÇÃO

Responsável pela colisão, João Victor Ribeiro de Oliveira, 29, está preso desde 2017. O réu é acusado por triplo homicídio doloso duplamente qualificado e por dupla tentativa de homicídio. A perícia do Instituto de Criminalística revelou que João Victor trafegava a uma velocidade de 108 km/h. O máximo permitido na via, entretanto, era de 60 km/h. Ele ainda avançou o sinal vermelho. O teste de alcoolemia realizado no motorista registrou nível de 1,03 miligrama de álcool por litro de ar, três vezes superior ao limite permitido por lei.

A vítima, Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, perdeu no acidente a esposa Maria Emília Guimarães da Mota Silveira e o filho Miguel Arruda da Mota Silveira Neto. Além disso, a filha, Marcela Arruda da Mota Silveira, ficou com sequelas devido ao trágico acidente no cruzamento da Rua Cônego Barata com a Estrada do Arraial, no bairro da Tamarineira. A babá das crianças que também estava no carro, Roseane Maria de Brito Souza, também morreu com a colisão.

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