CASO TAMARINEIRA: ''Cale a boca!''. Juíza e promotora batem boca durante interrogatório do réu; veja vídeo
Os ânimos se exaltaram no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano
O interrogatório de João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, 29, réu no caso da colisão da Tamarineira, que corria de forma tranquila até então, foi interrompido por alguns minutos, nesta quinta-feira (17), por uma discussão entre a juíza Fernanda Moura e a promotora de Justiça Eliane Gaia na sessão do tribunal do júri, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, no Recife.
A discussão começou quando o réu respondia a uma pergunta de seu advogado de defesa, e dizia, entre lágrimas, que não é um assassino. A promotora teria feito um gesto - que não pôde ser visto na transmissão do julgamento -, o que acirrou os ânimos entre acusação e defesa.
"Não sei como alguém olha para a minha cara e me chama de assassino", disse o réu, quando foi interrompido por advogada da defesa. Ela chamou a atenção da juíza para o fato de que a promotora Eliane estava fazendo gestos durante a fala do interrogado e a promotora respondeu: ''exatamente''.
A juíza advertiu os dois lados e em determinado momento, levantou-se da cadeira para se dirigir à promotora, que continuava falando. "Precisa gritar não, calma, se contenha", respondeu Eliane Gaia. "Cale a boca a senhora. Eu estou determinando que a senhora se cale e obedeça, silêncio se impõe aqui nessa sessão, neste momento, o respeito e a civilidade devem sempre prevalecer", retrucou a juíza, que pediu respeito na sequência.
"Contenham-se, gestuais, palavras que cheguem à nossa vista, a vista de todos, é preciso guardar o respeito principalmente, promotora, com a presidência dessa sessão. Vamos dar continuidade de forma silente e inexpressiva", concluiu a juíza antes de retomar o interrogatório.
ACUSAÇÃO
Responsável pela colisão, João Victor Ribeiro de Oliveira, 29, está preso desde 2017. O réu é acusado por triplo homicídio doloso duplamente qualificado e por dupla tentativa de homicídio.
A perícia do Instituto de Criminalística revelou que João Victor trafegava a uma velocidade de 108 km/h. O máximo permitido na via, entretanto, era de 60 km/h. Ele ainda avançou o sinal vermelho. O teste de alcoolemia realizado no motorista registrou nível de 1,03 miligrama de álcool por litro de ar, três vezes superior ao limite permitido por lei.
A vítima, Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, perdeu no acidente a esposa Maria Emília Guimarães da Mota Silveira e o filho Miguel Arruda da Mota Silveira Neto. Além disso, a filha, Marcela Arruda da Mota Silveira, ficou com sequelas devido ao trágico acidente no cruzamento da Rua Cônego Barata com a Estrada do Arraial, no bairro da Tamarineira. A babá das crianças que também estava no carro, Roseane Maria de Brito Souza, também morreu com a colisão.