Dia de Nossa Senhora do Carmo: saiba por que a santa é a padroeira do Recife e por que é comemorada em 16 de julho

Festa do Carmo teve início na capital pernambucana no dia 6 de julho. Conheça a história da Santa
Katarina Moraes
Publicado em 14/07/2022 às 9:11
326ª edição da Festa Nossa Senhora do Carmo, realizada em 2022, no Recife Foto: GUGA MATOS/JC IMAGEM


Comemora-se, no próximo sábado, 16 de julho, o dia de Nossa Senhora do Carmo, uma das tantas representações de Maria, tida como padroeira do Recife. Mas sua importância não é reconhecida só na cidade: a Virgem do Carmelo é um título popular em virtude de um símbolo da fé da Igreja Católica, o escapulário. O evangelho crê que ele é uma promessa dada por ela de proteção para todos aqueles que o usassem.

Segundo a Arquidiocese de Brasília, a devoção a Nossa Senhora do Carmo tem origem no século XII, em plena Idade Média, quando um grupo de eremitas começou a se reunir para se dedicar à oração e à penitência no Monte Carmelo, na Palestina, na Terra Santa, iniciando um estilo de vida pobre, humilde e simples, ao lado da fonte de Elias. Foi ali, naquele Monte do Carmo ou Monte Carmelo, que os eremitas construíram uma pequena capela em homenagem a Nossa Senhora já no primeiro século.

Em razão das perseguições aos cristãos na Terra Santa, o grupo de eremitas do Monte Carmelo teve que buscar um refúgio mais seguro e, por isso, foram obrigados a ir para a Europa, fugindo dos muçulmanos. Eles se estabeleceram na Inglaterra, onde vivia Simão, um também eremita que se uniu a eles. Simão era penitente, assim como o Profeta Elias, e austero, assim como João Batista. Diante de sua vida solitária na convexidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de Stock.

No ano de 1251, diante de tempos muito difíceis, Simão Stock suplicou à Virgem Maria um sinal de proteção contra os inimigos da fé. Em sua oração, Simão Stock disse a Maria: “Flor do Carmelo, vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!”.

Foi ali, naquele momento de prece, que Simão Stock recebeu uma mensagem, uma visão de Nossa Senhora, que lhe deu um escapulário. Ela lhe disse: “Recebe, filho amado, este escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para os filhos do Carmelo. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna!”.

Por que Nossa Senhora do Carmo é comemorada em 16 de julho?

O pesquisador Augustinus, em livro que remonta a história da santa e da festa, que a comemoração à santa começou a ser feita antes de 1386, em data ainda desconhecida, na florescente província carmelita da Inglaterra, no dia 17 de julho. Com o passar do tempo, outras províncias da Europa Continental foram seguindo o exemplo. Mas a data foi alterada para 16 de julho devido Santo Aleixo já ser comemorado no dia 17.

Como a Festa do Carmo começou no Recife?

Quase um século depois de os primeiros Frades Carmelitas terem chegado ao Brasil em 1580, dando início à construção do Convento do Carmo de Olinda, em 1654, a Ordem do Carmo se estabeleceu no Recife, com as obras de construção do Convento e da Igreja do Carmo do Recife, iniciadas em 1665 pelo Capitão Diogo Cavalcanti Vasconcelos, conta a Arquidiocese de Olinda e Recife. Em 1687, o Palácio da Boa Vista, erguido por Maurício de Nassau, foi doado à Ordem e foi integrado ao complexo da Basílica e do Convento. Em 1767, a Igreja Nossa Senhora do Carmo de Recife foi concluída.

Em 1909, a Virgem do Carmo foi declarada como Padroeira Secundária do Recife e em 1917 o Papa Bento XV elevou a Igreja Nossa Senhora do Carmo à dignidade de Basílica Menor, sendo agregada à Basílica Maior de São Pedro, na Santa Sé, Estado do Vaticano. No ano de 1938, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) tombou o complexo da Basílica e do Convento do Carmo. A Basílica do Carmo tem como missão celebrar, com os fiéis devotos da Virgem Mãe do Carmelo, nosso Senhor Jesus Cristo, em seu copioso exemplo de amor e misericórdia.

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