Compesa: polícia investiga desvios de pelo menos R$ 1,2 milhão da folha de pagamento

As investigações apontaram que uma funcionária aumentava o próprio salário na folha de pagamento, além de adulterar o cadastro de ex-servidores para que valores fossem repassados para ela
Katarina Moraes
Publicado em 21/07/2022 às 12:53
Compesa informou que a funcionária foi demitida por justa causa Foto: DIVULGAÇÃO


A Polícia Civil de Pernambuco identificou que uma funcionária da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) desviou pelo menos R$ 1,2 milhão da folha de pagamento entre 2021 e 2022. Ela, que trabalhava no setor desde 2018, levantou suspeitas da própria empresa, que denunciou o caso.

Então, a 2ª Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), sob direção do delegado Diego Pinheiro, começou a investigá-la em 16 de março de 2022.

Foi identificado que a funcionária aumentava o próprio salário, de R$ 7 mil, em duas ou três vezes por mês e que inseria no próprio contracheque benefícios que não tinha direito, como diárias e verbas indenizatórias.

Ainda segundo a corporação, ela adulterou o cadastro de dois ex-servidores da Compesa, trocando por dados de duas pessoas ligadas a ela, que passaram a receber salários de até R$ 30 mil. Depois, os valores eram sacados e repassados à funcionária.

Após as descobertas, a Polícia desencadeou nesta quinta-feira (21) a Operação "Hidrômetro", que cumpriu quatro mandados de busca e apreensão domiciliar em Paulista, no Grande Recife.

Foram apreendidos documentos, computadores e celulares da suspeita. Além disso, foi solicitado o sequestro de R$ 1,2 milhão das contas da mulher, com o objetivo de ressarcir a empresa.

De acordo com o delegado, a funcionária confessou o crime na delegacia. “Ela alegou que estava passando por momentos de dificuldade e que a oportunidade pela facilidade, já que ela fazia a folha de pagamento”, contou.

A funcionária da Compesa é investigada pelos crimes de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, associação criminosa e lavagem de dinheiro. “Foi investigado o período de 2021 a 2022, mas ela está nessa função desde 2018, e a investigação vai verificar se houve também desvios nesse período”, disse Pinheiro.

“Acreditamos que esse valor pode até ter sido mais, o dobro até o triplo, mas temos essa investigação em andamento que vai analisar isso tudo, o caminho do dinheiro e onde ele foi parar”, completou. A polícia ainda busca saber se outras pessoas estavam envolvidas no crime.

O que diz a Compesa

Por nota, a Compesa informou que a funcionária foi demitida por justa causa, e que espera conclusão do inquérito da Polícia. Confira:

"A Compesa informa que o controle interno da companhia identificou, no início do primeiro semestre de 2022, irregularidades na folha de pagamento e, imediatamente, instaurou sindicância interna para apurar o fato, além de notificar a Polícia Civil para as devidas apurações.

O procedimento interno foi concluído em maio de 2022 e a funcionária envolvida foi demitida por justa causa, bem como ajuizada ação para reparação aos cofres públicos.

Portanto, de agora em diante, cabe a Polícia Civil a conclusão do inquérito para que as medidas cabíveis sejam tomadas."

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