CRIME

Júri popular de acusado de feminicídio de manicure é realizado nesta quarta (10) no Recife

Maurício Alves de Andrade é julgado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, feminicídio e ocultação de cadáver. Ele teria matado a manicure e jogado o corpo de ponte

Imagem do autor
Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 10/08/2022 às 10:48 | Atualizado em 11/08/2022 às 11:26
Notícia
X

Com informações do repórter Emerson Pereira, da TV Jornal

Acontece na manhã desta quarta-feira (10), na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, o júri popular de Maurício Alves de Andrade. Ele é acusado de matar a ex-companheira, a manicure Dione Gomes Silva do Nascimento, de 40 anos, na madrugada de 3 de janeiro de 2021.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) é representado pela promotora de Justiça Eliane Gaia, que disse estar confiante na condenação.

Por questão de estratégia e por considerar que as provas no processo já seriam suficientes para a condenação do réu, o MPPE não convocou nenhuma testemunha para depor. Por isso, a previsão é que o julgamento seja encerrado ainda hoje.

Originalmente, a sessão foi marcada para o dia 15 de junho, mas uma nova data foi designada após pleito da defesa do réu. Na ocasião, Eliane Gaia ressaltou que o pedido foi motivado por uma situação de conflito técnico-jurídico entre a Defensoria Pública e o réu.

"No exercício do papel ministerial de fiscal da lei, preservando o direito à ampla defesa do réu e para evitar eventuais questionamentos futuros em Tribunais Superiores, concordamos com esse adiamento", salientou ela na ocasião, logo após o encerramento da sessão.

Luto permanece na família

Os familiares e amigos da vítima chegaram ao Fórum Joana Bezerra, na Ilha de Joana Bezerra, com camisas que estampavam a foto de Dione. Aos prantos, a mãe dela, Esmerinda Dutra Pereira, falou o quanto tem sido difícil viver sem a filha.

"Dói muito, tanto que tem hora que boto a mão no meu coração e parece que vai parar de tanta dor. Eu só tinha ela, ela era muito boa. Não tinha ninguém que tinha raiva dela", disse.

A filha de Dione, Dayana Gomes do Nascimento, relatou que, à época do crime, já vinha percebendo que Maurício estava com ciúmes excessivo da companheira.

"Há alguns tempos ele foi mudando. Ele estava ficando muito obsessivo em relação a ela, a querer prendê-la, evitar que ela fosse a alguns cantos. Não sei o que está acontecendo com esses homens, a cada dia está piorando", desabafou.

Relembre o caso

Dione tinha 40 anos quando foi assassinada, em 3 de janeiro de 2021. Segundo a polícia, Maurício matou a companheira e jogou o corpo da Ponte Motocolombó, na Imbiribeira, Zona Sul da capital pernambucana. O corpo foi encontrado somente dois dias depois, na Lagoa do Araçá, no mesmo bairro. 

O acusado se apresentou na delegacia e foi preso. Ele está sendo julgado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, por feminicídio - quando se mata por questão de gênero - e por ocultação de cadáver.

Tags

Autor