INVESTIGAÇÃO

Homem teria sido morto por guarda municipal de Itapissuma após reclamar de falta de iluminação em quadra

O caso aconteceu por volta das 19h desse sábado (13), em uma quadra de futebol da Rua Caxias do Sul, no distrito de Mangabeira

Katarina Moraes
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Katarina Moraes
Publicado em 14/08/2022 às 15:48 | Atualizado em 15/08/2022 às 12:09
SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - FOTO: SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Com colaboração de Juliana Oliveira, da TV Jornal

As primeiras informações colhidas pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) são de que o assassinato de homem de 32 anos, na noite dessa sábado (13), em Itapissuma, Grande Recife, aconteceu após ele ter reclamado da falta de iluminação pública em uma quadra da cidade. O principal suspeito do crime é um guarda municipal.

O caso aconteceu por volta das 19h, em uma quadra de futebol da Rua Caxias do Sul, no distrito de Mangabeira. Hélder dos Santos Silva tinha saído de casa para passear com a família, a esposa e o filho de 7 anos, como costumava fazer nas horas de lazer. Lá, denunciou que a falta de luz estaria atraindo a criminalidade para o local a um guarda.

De acordo com o delegado Sérgio Ricardo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao ouvir a reclamação, o agente - que não teve o nome revelado - sacou um revólver calibre 38. A vítima tentou correr, mas foi baleada nas costas na frente do filho.

Logo após o crime, o guarda municipal fugiu do local. Ainda segundo o delegado Sérgio Ricardo, o suspeito possui 31 anos de profissão.

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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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REVOLTA Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça na manhã de ontem, na PE-35, sob a guarda da PM - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Familiares e amigos de Hélder dos Santos Silva, 32 anos, protestam por justiça - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM

"Ele disse, 'guarda, avisa ao prefeito que a quadra está escura'. Aí o guarda começou a agredi-lo  verbalmente. Ele correu e um único disparo o atingiu pelas costas. O guarda se juntou aos companheiros dele, entrou na viatura e foi embora", disse a esposa da vítima, Rayany Maria. 

Hélder foi o fundador de um time local, o Belota, e participava de um projeto social pra ajudar crianças e adolescentes. A esposa contou que o marido vendia ostras para complementar a renda da casa.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a população revoltada com o crime, inclusive familiares da vítima denunciando a guarda municipal de Itapissuma como a autora dele.

Na manhã deste domingo (14), a comunidade fez um protesto por justiça na PE-35, entre os municípios de Igarassu e Itapissuma. "O guarda municipal não veio fazer segurança, veio tirar a vida de alguém. Se meu filho fosse ruim, ninguém estaria aqui. Foi uma covardia grande que ele fez", disse a mãe de Hélder, Elizabeth Costa.

A via foi fechada com galhos de árvores em chamas. A Polícia Militar acompanhou o ato.

Por nota, a Polícia Civil informou que deu início às investigações do crime, que seguem até elucidação do caso.

GUARDA MUNICIPAL PODE USAR ARMA DE FOGO?

A morte acende a questão do uso de armas de fogo por guardas municipais. A Prefeitura de Itapissuma, entretanto, afirma em nota que não permite esse tipo de armamento em seu quadro, e que a arma utilizada no homicídio pertence ao próprio guarda municipal, não à prefeitura.

Confira a nota:

"Se consternando com a família enlutada, esclarecendo que a guarda municipal não tem autorização para usar arma de fogo, tem apenas autorização para uso de armas não letais; que a arma utilizada no ocorrido não é da prefeitura; que tudo que for de responsabilidade da administração municipal será feito, inclusive no auxílio aos órgãos competentes para apurar os fatos, que são a justiça criminal e a polícia civil, e que por fim irá usar o rigor da lei aos indicado(s) culpado(s), no tocante ao fato que entristeceu a todos".

A nota veio assinada pelo secretário de segurança da cidade, Carlos Araújo.

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Local onde Hélder dos Santos Silva, 32 anos, foi assassinado - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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VIOLÊNCIA Aos 32 anos, Hélder dos Santos foi morto com tiros pelas costas - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Local onde Hélder dos Santos Silva, 32 anos, foi assassinado - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM
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Camisa que Hélder dos Santos Silva, 32 anos, usava quando foi morto - SIDNEY LUCENA/JC IMAGEM

PREFEITO DE ITAPISSUMA TAMBÉM FALA SOBRE AÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL

O prefeito de Itapissuma, José de Irmã Teca (PSD), também se manifestou sobre a ação do guarda municipal.

"Acabamos de tomar ciência e receber imagens de um terrível ocorrido no bairro de Mangabeira, na noite deste sábado, envolvendo a guarda municipal, iremos com responsabilidade apurar todos os fatos, e todos os envolvidos serão punidos dentro da lei, no que for de responsabilização dos mesmos e da administração municipal. Fazemos e acreditamos numa gestão pacífica e de paz, e qualquer ato que fuja a isso será reprimido e penalizado, nada está acima da vida, a Secretaria de Segurança irá abrir procedimento administrativo e levar aos órgãos competentes dentro e fora da esfera municipal para que os fatos sejam apurados e os responsáveis punidos", disse, por nota.

GUARDAS MUNICIPAIS USANDO ARMAS DE FOGO

A utilização de armas de fogo por guardas municipais é algo bastante polêmico.

Em março de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que os guardas municipais de todo o Brasil pudessem portar armas de fogo. Aqui você pode ler matéria sobre o assunto.

Ficou decidido que os guardas das cidades com mais de 500 mil habitantes teriam autorização para andar armados durante o trabalho e nos momentos de folga.

Quem trabalhava em municípios com mais 50 mil e menos de 500 mil pessoas só poderia usar armamento em serviço. Por sua vez, nos lugares com menos de 50 mil habitantes, o porte foi totalmente proibido.

Entretanto, a legalização dependia da regulamentação feita por cada cidade, que iria permitir ou não que os guardas municipais utilizassem arma de fogo.

No caso de Itapissuma, o município garante que não fornece armas de fogo aos guardas municipais. 

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