Em meio à crise habitacional, Governo de Pernambuco entrega Residencial Mulheres de Tejucupapo
Pernambuco tem um dos maiores déficits habitacionais do Brasil e do Nordeste. O estado precisará construir 326 mil novas moradias para atender a demanda imediata
Em meio à crise habitacional no estado, o Governo de Pernambuco entregou, nesta sexta-feira (28), o Residencial Mulheres de Tejucupapo, localizado na Avenida Maurício de Nassau, no bairro da Iputinga, no Recife. O conjunto residencial possui 232 unidades.
Iniciada em 2011, a obra ainda não havia sido concluída após mais de uma década. A inauguração faz parte do Morar Bem PE, programa de habitação de interesse social de Pernambuco, que tem, entre os objetivos, retomar as construções de obras inacabadas.
O habitacional contou com investimentos de mais de R$ 16 milhões, valor que inclui recursos do Governo Federal e do Tesouro Estadual. Ao todo, o habitacional contemplará 464 famílias. De acordo com o executivo estadual, das famílias que foram beneficiadas, 67% são lideradas por mulheres.
“São muitas histórias de luta, sobretudo de mulheres que passaram anos esperando que o poder público pudesse entregar a sua casa. Nosso papel, como Governo de Pernambuco, é olhar para todos os habitacionais que estão paralisados em nosso Estado. Quando chegamos, eram 10 mil unidades com obras lentas ou paralisadas. Diante disso, fizemos a interlocução com todos os órgãos necessários para garantir a entrega rápida e efetiva de moradia digna à população”, afirmou a governadora Raquel Lyra.
O Residencial Mulheres de Tejucupapo foi instituído para reassentar famílias ligadas ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que em 2008 ocupou um terreno da União. A área foi cedida ao Estado para a construção do conjunto habitacional.
Na última segunda-feira (24), o Governo de Pernambuco lançou o Morar Bem - Entrada Garantida, que vai oferecer subsídios de até R$ 20 mil para que famílias com renda de até dois salários mínimos possam ter condições de comprar seu primeiro imóvel. O investimento anual previsto é de R$ 200 milhões.
Déficit Habitacional em Pernambuco
Pernambuco tem um dos maiores déficits habitacionais do Brasil e do Nordeste. O estado precisará construir 326 mil novas moradias para atender a demanda imediata e uma projeção de 597 mil habitações até 2030. Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), junto à Ecconit Consultoria Econômica.
Ainda de acordo com o levantamento da Abrainc, Pernambuco terá o segundo maior crescimento do déficit do Nordeste até 2030, atrás apenas da Bahia. O crescimento da necessidade de moradias do estado está estimado em 5,2% e o da Bahia em 7,6%.
No primeiro balanço de 100 dias de Governo, Raquel Lyra informou que existem 128 habitacionais ainda serem concluídos, muitas delas na mesma condição dos edifícios Leme e Beira-Mar. No seu plano de governo, a chefe do Executivo Estadual promete construir 40 mil habitações.
O secretário estadual de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, Fabrício Marques, detalhou como será destinado o empréstimo de R$ 1,7 bilhão obtido pelo governo de Pernambuco em contrato de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) da Caixa Econômica Federal.
"Nós estamos com alguns programas em execução, como o Morar Bem, inclusive depende de alguns acordos com o governo federal, que também vai dar apoio. O governo do Estado vai usar recursos para o eixo de habitação para complementar as contrapartidas com o governo federal. E financiar o programa de moradia popular", disse.
O gestor estadual afirmou que o déficit no Estado é superior a 300 mil moradias, e que o governo tem o compromisso de entregar 50 mil nesse mandato de Raquel Lyra. "A gente deu um grande passo já com a garantia desses recursos."
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